Deputados estaduais vivem a expectativa, nesta terça-feira (24), de retornar à pauta de votação do plenário o projeto de lei que volta a liberar bebidas alcoólicas nos estádios de futebol de Pernambuco. O projeto do deputado governista Antônio Moraes (PSDB) chegou a entrar na ordem do dia, na semana passada, mas a pedido do próprio autor - diante do pequeno quórum no plenário e sob risco da matéria ser derrotada - foi retirado da pauta. Moraes alegou que a Casa precisa discutir mais a matéria.
A ordem do dia é definida pelo presidente da Alepe, atualmente o deputado Guilherme Uchoa (PDT). A proposta divide a Casa. A maior resistência parte da bancada evangélica, que conta hoje com oito deputados. Na última terça-feira (17), a informação de que a proposta estaria na pauta do dia seguinte surpreendeu e levou à imediata mobilização da bancada, que promete impedir a aprovação da matéria, que libera a venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios e arenas esportivas.
Os evangélicos alegam que o projeto "só beneficia as indústrias de cerveja", podendo ser um efeito para o aumento da violência entre os torcedores. Os defensores da liberação argumentam que a liberação ajudará na receita dos clubes e na arrecadação de impostos para o Estado. Antônio Moraes deu entrada ao projeto em 18 de novembro do ano passado. Em 12 de maio deste ano, porém, surpreendeu a Casa ao retirar a proposta da Comissão de Constituição (CCLJ) e pedir seu arquivamento.
O deputado revelou que tomava a decisão devido ao “desinteresse” dos três grandes clubes - Sport, Santa Cruz e Náutico - e da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) em prosseguir com a proposta, na medida em que não pressionavam os deputados a aprová-la. O projeto atendia, segundo disse, reivindicação dos clubes e da FPF.
A proibição de bebidas alcoólicas nos estádios ocorreu antes da Copa de 2014. A medida queria reduzir os crescentes conflitos entre torcidas organizadas. No entanto, para atender à Fifa, que tinha empresas de bebidas entre os patrocinadores, uma lei foi aprovada na Alepe permitindo a comercialização e consumo exclusivamente na Arena Pernambuco.