Acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato, o gerente da agência do Banco do Brasil em Chã Grande, Fernando Nazareno Santos de Arruda, foi preso nesta terça-feira (24) e vai cumprir prisão preventiva. A ação faz parte da Operação Pulverização, que foi deflagrada em cinco municípios da região (Belém de Maria, Água Preta, Palmares, Catende e Caruaru) na semana passada, a partir do dia 19. Ela é o resultado de seis meses de investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
O gerente foi acusado de facilitar as operações financeiras de uma organização, que movimentava dinheiro através de contas da agência onde trabalhava. O rombo no erário público supera R$ 3 milhões. Arruda é acusado de fazer transferências de somas expressivas de sua conta pessoal para contas de outras pessoas, que funcionavam como “laranjas” dentro do esquema fraudulento. Segundo a promotora de Justiça Vanessa Cavalcanti de Araújo, a agência do Banco de Brasil em Palmares administrava as contas das empresas fantasmas pertencentes à organização.
DESVIOS - O MPPE havia recebido denúncias sobre desvios de recursos públicos em Belém de Maria, e aberto investigações entre 2013 e julho deste ano. Os resultados apontam a existência de cinco empresas de fachada, sediadas de forma fictícia nas cidades onde ocorreram as diligências e criadas para simular contratações com o município de Belém de Maria. Assim, eles conseguiam dispensas de licitação indevidas e participação irregular em licitações públicas, servindo de "canal" para desviar recursos. Ao todo, apurou-se que as cinco empresas realizaram 369 empenhos, através da modalidade de dispensa de licitação, tendo como ordenador de despesas o ex-secretário de Finanças de Belém de Maria, Benevilson Laurêncio Duarte.
“Uma das práticas comuns da organização criminosa era realizar serviços de dedetização, desratização e pulverização em prédios públicos a preços muito acima da média. Na tentativa de disfarçar os crimes, eles pulverizavam as fraudes através de várias empresas”, revelou o promotor de Justiça Frederico Guilherme da Fonseca.
Os crimes identificados pelo Gaeco foram fraudes de licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa, corrupção passiva e peculato. Além de Fernando Nazareno Santos de Arruda, já haviam sido presos Clécio Carlos Feitosa da Silva Filho, José Ginaldo Ferreira, Edvaldo Ferreira dos Santos, Júlio Ferreira dos Santos, Manoel Elivaldo Gomes da Silva e Benevilson Laurêncio Duarte (ex-secretário municipal de Finanças de Belém de Maria). Já Nicolas Mateus de Lima Santos foi detido por um dia para averiguar a sua participação, uma vez que em seu poder foram encontrados documentos das empresas investigadas.
As empresas investigadas são Júlio César dos Santos Eireli, pertencente a Júlio Ferreira dos Santos; CC Feitosa da Silva Filho – Águia Dourada produções, Eventos e Serviços, de propriedade de Clécio Carlos Feitosa da Silva Filho; JG Ferreira Pintura e Serviços, pertencente a José Ginaldo Ferreira; ME Gomes Artes e Serviços Eirelli, pertencente a Manoel Elivaldo Gomes da Silva; Edvaldo F. Dos Santos EPP, pertencente a Edvaldo Ferreira dos Santos.