expectativas para 2016

Eleições sem dinheiro de empresas e com teste para o PT em 2016

Na segunda metade do novo ano, o foco deve ser nas eleições municipais que terão tempo reduzido e financiamento majoritariamente público

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 02/01/2016 às 16:59
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Na segunda metade do novo ano, o foco deve ser nas eleições municipais que terão tempo reduzido e financiamento majoritariamente público - FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Na segunda metade do ano, a grande expectativa é pelo resultado das eleições municipais, que terá pelo menos duas novidades importantes. A mais importante é a falta de doações empresariais, que representavam a maior parte dos recursos de campanha e foram proibidas pelo STF. A decisão deve levar os candidatos a dependerem do fundo partidário para financiar suas candidaturas. Outra novidade importante é a redução no tempo de campanha, que caiu de 90 dias para 47 dias, iniciando apenas no dia 16 de agosto, segundo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Acho que a eleição vai dar uma mudada no quadro político partidário do Brasil. Se não houver uma reversão muito grande, o PT deve ser o grande derrotado nas eleições de 2016. A dúvida é se o PMDB também perde, porque ele começa a ficar muito associado com a Lava Jato por causa do Eduardo Cunha”, avalia Ricardo Ismael.

O cientista político acredita que o eleitor deve procurar candidatos que representem uma alternativa ao cenário político e priorizar aqueles que tenham a ficha limpa e sejam bons gestores. Para o professor, a próxima eleição também deve estimular o surgimento de novas lideranças vindas dos movimentos de rua e também de partidos de esquerda não alinhados ao PT, como PSB, Rede e PSOL.

Primeiro-secretário da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD), acredita que a eleição eleição terá uma pauta mais local, mas que a crise que afeta os municípios deve favorecer os candidatos de oposição. “É um momento muito difícil para quem vai para a reeleição. Por mais que você se esforce, a população quer mais. E não dá para fazer porque já estamos fazendo o máximo de esforço”, argumenta. Para ele, a pressão é maior porque a população vê a crise nacional como algo muito distante e acaba responsabilizando o prefeito pelos problemas na cidade.

Para Eduardo Tabosa, 2016 também será um ano complicado do ponto de vista da gestão dos municípios. “Vejo o ano de forma muito pessimista no âmbito econômico. Todas as projeções demonstram que não há uma perspectiva de recuperação da indústria. E se não há essa recuperação, o FPM continua baixo, porque a principal fonte de receita repassada aos municípios depende do IPI”, explica.

Segundo o gestor, a esperança é na repatriação de dinheiro no exterior, que passou pelo Congresso e espera sanção da presidente Dilma. “A CNM fez cálculos baseados no que a Receita Federal estimou e isso pode significar uma média de quatro FPMs a mais em um período de sete meses”, conta.

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