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Prefeito do Cabo some após demissões de comissionados

Vado da Farmácia estava afastado da prefeitura. Serviços estavam aparentemente normais

Mariana Araújo
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Mariana Araújo
Publicado em 08/01/2016 às 9:43
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Vado da Farmácia estava afastado da prefeitura. Serviços estavam aparentemente normais - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Em meio à turbulência e incertezas após ter exonerado todo o seu secretariado e cerca de 800 cargos comissionados, o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Vado da Farmácia (sem partido), passou essa quinta (7) longe da prefeitura. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que ele estava fora da cidade, sem especificar a agenda do gestor nem justificar a ausência após a tensão causada pelas demissões em massa. A gestão alegou aperto financeiro para justificar as exonerações.

Nos bastidores, a informação é que o apoio político à gestão deve reduzir, especialmente na Câmara Municipal. Muitos comissionados exonerados são indicados por vereadores. “Isso pode gerar um abalo na base. Os partidos podem ficar descontentes”, disse um aliado do prefeito, em reserva.

No Diário Oficial de ontem havia a readmissão de 11 secretários, cinco secretários-executivos, além de cargos de chefia de gabinete, procuradoria, controladoria, superintendente de desenvolvimento rural e equipes de pregoeiros.

Apesar do cenário instável, a prefeitura informou, ontem, que vai abrir concurso para aproximadamente 900 vagas. Os cargos oferecidos irão abranger as mais diversas áreas, como saúde, infraestrutura além de auditores e procuradores. O edital deve ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano.

Em conversa com o, o secretário de gestão pública, Josivan Oliveira, informou que comprometimento da folha salarial chegava a 53% em novembro. O limite legal para as gestões municipais, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), é de 54% da receita. A folha de pagamento do Cabo gira em torno de R$ 23 milhões. O município conta com 6,2 mil servidores, incluindo os cargos comissionados e cerca de 2 mil contratos temporários.

As demissões dos servidores não atrapalharam, aparentemente, o funcionamento de serviços básicos à população. O JC esteve nessa quinta (7) na cidade. Foi a postos de saúde e outros órgãos para verificar o funcionamento. A maioria dos funcionários que trabalha nesses locais é formada por servidores concursados ou com contratos temporários, que não tiveram as funções abaladas pelas exonerações.

Na Unidade de Saúde da Família de Sacramento, em Pontezinha, o movimento estava fraco, mas uma funcionária informou que a médica da unidade estava de férias. No Centro de Especialidades Vicente Mendes, na Cohab, a coordenadora administrativa foi exonerada. “Agora também vou ficar responsável por essa parte”, disse a coordenadora de enfermagem, Camila Jamile. No Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Ponte dos Carvalhos, o movimento também era pequeno. Mas, segundo a assistente social Alessandra Galdino, o atendimento também não foi alterado. “Reduz em janeiro porque as pessoas estão de férias”, explicou.

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