Em pleno ano eleitoral, o PTB, partido do ministro Armando Monteiro Neto, vive uma entressafra política no Estado. As baixas na legenda são contabilizadas tanto na esfera federal, quanto no legislativo estadual e municipal. Na Câmara dos Deputados, a sigla perdeu metade da bancada. Quatro dos dois deputados federais migraram para outras legendas. Na Assembleia Legislativa de Pernambuco, especula-se que dois dos seis deputados devem deixar o barco petebista.
No Recife, o pragmatismo político falou mais alto e dois vereadores do PTB debandaram para o lado governista, no caso o PSB, em busca de melhores condições eleitorais. O mais recente foi o vereador Carlos Gueiros que deixou a legenda em setembro passado e ingressou ontem no partido socialista. O ato de filiação contou com a presença do prefeito do Recife, Geraldo Julio.
A saída de Gueiros fortalece a bancada governista, às vésperas do início da campanha municipal, e o PTB, que integra as fileiras oposicionistas, fica com apenas um vereador.
Nos bastidores da Alepe, são dadas como certas a saída dos deputados Romário Dias e Álvaro Porto. Já em Brasília, os parlamentares Ricardo Teobaldo e Adalberto Cavalcanti deixaram o PTB, após firmarem com Armando uma estratégia política mirando a campanha. Teobaldo assume o comando do PTN em Pernambuco. Adalberto deixou a sigla para filiar-se ao recém criado Partido da Mulher Brasileira (PMB). As mudanças contabilizadas até o momento são menos por afinidades com as bandeiras defendidas pelas legendas e mais por estratégias políticas.
O deputado Ricardo Teobaldo explica que ele deixou o PTB sem rusgas com o ministro e acrescenta que objetivo é ampliar o espaço do grupo político em Pernambuco. “Vamos participar agora das eleições e precisávamos ter mais tempo de TV”, disse. “Não estamos afastados do PTB ou de Armando. Pelo contrário, estamos dentro de um conjunto que tem ele na liderança”, diz.
Em 2014, a tática “dividir para conquistar” foi adotada pelo grupo de Armando, mas não teve êxito. Na época, o deputado federal José Augusto Maia era filiado ao PTB e deixou o partido para ingressar no PROS com a intenção de apoiar a candidatura do atual ministro. No entanto, a executiva nacional atropelou a instância local e migrou para o arco de aliança da Frente Popular, numa manobra orquestrada pelo ex-governador Eduardo Campos, que faleceu em acidente aéreo durante a campanha de 2014.
Teobaldo garante que o fato não se repetirá e afirma que assumiu o partido com “independência”. Líder de Geraldo Julio na Casa José Mariano, o vereador Gilberto Alves é um dos principais nomes do PTN no Estado, mas deve deixar a sigla por causa da mudança de lado. Ele afirma que ainda não bateu o martelo e pontua que terá até março para definir o futuro político.