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Com vereadores da base insatisfeitos, prefeitura do Recife sofre derrota na Câmara dos Vereadores

Uma mostra de insatisfação de parlamentares com o prefeito Geraldo Julio(PSB) em pleno ano eleitoral

MARCOS OLIVEIRA
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MARCOS OLIVEIRA
Publicado em 15/03/2016 às 18:30
Foto: Divulgação/CMR
Uma mostra de insatisfação de parlamentares com o prefeito Geraldo Julio(PSB) em pleno ano eleitoral - FOTO: Foto: Divulgação/CMR
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A quebra de braço da prefeitura do Recife com os servidores municipais ganhou na tarde desta terça-feira(15) um novo capítulo na Câmara dos Vereadores. O pedido de dispensa de prazo, feito pelo líder do governo, Gilberto Alves(PSD), foi derrubado. Ele queria esta quarta-feira(16) como o último dia para a apresentação de emendas ao projeto de Lei do Executivo que versa sobre o aumento do funcionalismo. A tentativa foi derrubada pela maioria das lideranças partidárias presentes, o que inclui partidos da base governista. Uma mostra de insatisfação de parlamentares com o prefeito Geraldo Julio(PSB) em pleno ano eleitoral.  Votaram contra o governo: PT, PTB, PSDB, PDT, PPS, PP, PSL e PSDC.

Um governista, em reserva, disse que a derrota não representa muito para o socialista.  As emendas poderão ser enviadas agora até a próxima segunda-feira(21).  “Adiar por cinco dias? Foi uma jogada de parte dos vereadores para ficar bem com os servidores presentes nas galerias”, minimizou.  Mas a intenção de quem é governo e votou contra foi mandar um recado. “Eu tenho projeto aqui que não anda, são CPIs que não andam e eu não poderia ficar contra os servidores. Eu luto por eles. É uma insatisfação da base”, afirmou a vereadora Vera Lopes(PPS).

A prefeitura quer conceder aos servidores com vencimento inicial menor que R$ 1,7 mil um reajuste  de 5%, abaixo da inflação que ficou em 2015 na casa dos 10%. Dos cerca de 37 mil servidores (ativos e inativos), o benefício vai alcançar 15 mil trabalhadores. O aumento seria implantado no mês de março. Os demais servidores continuarão com reajuste atrelado à Receita Líquida Real do município, porém, podendo chegar até a 10,67%. O ticket alimentação também deverá ser  reajustado em 10,67% para todos os servidores, a partir de agosto deste ano.

“O crescimento da receita deve ser zero. É zero que a prefeitura quer dar de reajuste com essa conversa. Não vamos permitir e queremos que os servidores recebam desde janeiro”, disse o líder da oposição, Osmar Ricardo(PT), que também é presidente do sindicato dos servidores.


DECORO?

O tema da sessão, que não chegou a discutir por inteiro a ordem do dia – uma prática que se mostra constante neste ano eleitoral -, foi quente. Mas tomada quase todo tempo por questões que diretamente passam ao largo de problemas próximos do recifense, como hospitais, escolas e segurança. O que os vereadores recifenses mais discutiram, por cerca de uma hora e meia, foi o cenário nacional. Ainda motivados pelas  manifestações de domingo(13) contrárias ao governo federal,  e a possibilidade do ex-presidente Lula assumir um ministério. Passando algumas vezes por colocações, que, para um dos próprios parlamentares, em reserva, “empobrecem o debate além de ferir o decoro da Casa”.  “Aécio Neves todo mundo sabe que é cheirador de pó e ninguém faz nada”, falou em aparte o vereador petista Henrique Leite, levando aos risos parte dos presentes.

A vereadora Marília Arraes(PT), recém-saída das hostes socialistas, acusou o PSB de apoiar o golpe contra a presidente Dilma e afirmou ver “motivação política no direcionamento das investigações da operação Lava Jato”. Postura que foi rebatida por André Régis(PSDB). O tucano afirmou também ser “inacreditável o ex-presidente Lula  assumir um ministério nas situação em que se encontra, sendo investigado”.

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