A provável nomeação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) para assumir um ministério no governo Dilma Rousseff (PT) não foi bem recebida por alguns dos principais nomes da oposição na bancada pernambucana. “Pra mim, isso é uma vergonha internacional. Transforma o Brasil em uma republiqueta de bananas. Porque é lógico que é uma estratégia para fugir da Justiça”, disparou o deputado Mendonça Filho (DEM).
Um dos principais articuladores do movimento pró-impeachment, o democrata acredita que a nomeação de Lula vai gerar mais indignação na sociedade. “Lógico que o ambiente político vai se agravar muito. Isso vai desmoralizar as instituições e, particularmente, o Ministério Público”, afirmou.
O tucano Daniel Coelho (PSDB) avaliou como “estranho” o convite para o ex-presidente assumir a função num período em que está sendo investigado pela Polícia Federal. “No momento, onde a gente sabe que há uma pressão para esclarecer o seu patrimônio, se ele tem ou não apartamento. O que é que foi feito com o patrimônio de seus filhos? Ele recebeu ou não ajuda de empresas? Neste momento é estranho que se cogite ele virar ministro”, indagou o parlamentar.
Vice-líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar diz achar lamentável que a ocupação de um ministério seja usada para proteger alguém e acredita que a presidente Dilma Rousseff (PT) acaba dando uma demonstração de que perdeu o rumo. “Do ponto de vista do PSB, não muda nada. A não ser a confirmação de que esse é um governo que está chegando no fim da linha”, criticou.
“Se ele for para a Casa Civil, é ainda mais desastroso. Nesse momento, o governo precisa sentar na mesa com a oposição, encontrar caminhos para o Brasil. Se ele for cuidar da articulação política, vai ficar inviabilizado de vez. Ao invés de melhorar o diálogo, ele tensiona a relação”, explica o socialista.
Presidente nacional do PCdoB, um dos partidos mais fiéis ao governo federal, a deputada Luciana Santos defende um governo de coalizão e observa que Lula não deixará de ser investigado caso assuma o posto federal.
“Acho que não é só Lula. Temos que ampliar para além dele. Nós temos que buscar todos os atores e atrizes que a gente possa reunir num contexto como esse e que possa mexer num governo de grande coalizão”, defendeu.
“Num momento de crise política aguda, temos que pensar no Brasil, do contrário não vamos passar dessa disputa do legado, de quem fez e quem deixou de fazer. A população quer saber como retoma o crescimento, como retoma o emprego. Então quanto mais a gente fizer uma ampla aliança, de uma grande coligação, eu acho importante”, observou.
