O governador Paulo Câmara (PSB) defendeu o diálogo do seu partido, do qual é vice-presidente nacional, com o vice-presidente da República. Nessa segunda-feira, um dia antes dos peemedebistas oficializarem a saída da base de apoio ao governo federal, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reuniu-se com Michel Temer (PMDB) e Paulo endossou o encontro. Para ele, é legítimo que os socialistas mantenham-se próximos a Temer.
"Sempre que somos convidados participamos de conversa. Debatemos os cenários, as preocupações de todos nós diante de tanta incerteza que está passando o Brasil. Evidentemente que o PSB sempre se colocou à disposição para ajudar com suas propostas e ideias. É um momento de deliberação diante do agravamento da crise. Tão logo isso seja definido é preciso que haja uma unificação de forças com todos os partidos e lideranças para o Brasil voltar a andar", falou.
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De acordo com o governador, o momento é de estreitar a relação político-partidária. No entanto, ele não adiantou se o PSB discutiu com Temer a participação em um futuro governo peemedebista caso ocorra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
"A gente tem sempre que estar abrindo portas, contribuindo para o debate nacional que está tão difícil. Essa (participação em um possível governo Temer) é uma discussão que o partido ainda vai ter. A gente vai ver alternativas e a forma que o PSB pode contribuir para o Brasil. Não há necessidade de deliberar questões como essas de imediato", declarou.
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Mais uma vez, Paulo defendeu a celeridade do processo de impeachment, mas não afirmou de forma categórica se é a favor do afastamento da presidente. Ele disse que os fatos são graves e precisam ser analisados e que seguirá a orientação do PSB, que ainda não fechou questão sobre o assunto.
SECRETÁRIOS - Paulo Câmara também comentou a decisão de alguns de seus secretários estaduais, que são deputados federais licenciados, de votarem a favor do impeachment da presidente Dilma. Para isso, os auxiliares - Danilo Cabral (Planejamento e Gestão), André de Paula (Cidades), Felipe Carreras (Turismo) e Sebastião Oliveira (Transportes) - precisarão ser exonarados do posto para assumir o mandato em Brasília. Após a votação do impeachment, eles retornam ao secretariado.
"É um desejo pessoal dos deputados de participar de um momento que consideram histórico. A gente respeita, mas tenho dito a eles que é necessário focar em Pernambuco porque as coisas estão muito difíceis aqui", afirmou.
Com a saída momentânea dos secretários, quem deve assumir o comando das secretarias serão seus adjuntos. O governador, porém, disse que esse é um assunto que ainda será conversado.