Pré-candidato a presidência, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) defendeu nesta quinta-feira (14) que a presidente Dilma Rousseff (PT) não espere o resultado da votação do impeachment na Câmara Federal no próximo domingo (17) para mudar o modo de governar e fazer sinais à economia e ao povo brasileiro. O recado, em entrevista à Rádio Jornal, ocorre um dia depois de a presidente afirmar, em entrevista, que irá propor um pacto político no país se o impeachment foi derrotado.
Para Ciro Gomes, Dilma já poderia ter feito uma agenda econômica que independe do Congresso, atualizando o valor do Bolsa Família e retomando o programa de investimentos da Petrobras, por exemplo. "Hoje, tudo isso seria lido como um gesto de desespero para se salvar do impeachment", lamentou, porém. "O problema da presidente é exatamente este. É um governo meio catatônico, sem inspiração, com uma equipe fraca", se queixou.
"O presidencialismo tem muitos defeitos, mas ele tem uma virtude. É um poder tão exorbitante que ela pode mudar hoje. Ela não precisava esperar o domingo. Se ela sinalizasse para a economia,não digo que ela mudaria a situação do governo, mas ela mudaria as expectativas", afirmou o pedetista.
Questioando sobre a expectativa para a votação na Câmara, Ciro afirmou que a "guerra de propaganda" já está perdida, já que todos os políticos acham que haverá o impeachment, mas lembrou que tudo pode acontecer. O cearense também fez um apelo contra a violência nos atos deste final de semana. "Peço que Deus proteja o nosso povo. porque esse irresponsável, esse canalha do presidente da Câmara, marcou a votação para um domingo, e pode haver morte ali", pediu.
Ciro também voltou a criticar duramente o vice-presidente Michel Temer (PMDB), chamando-o de "chefe da quadrilha" e "sócio íntimo do Eduardo Cunha em tudo o que não presta". "Ele não tem legitimidade. A população não votou nele e não o reconhece", disparou.