OPINIÃO

Humberto Costa diz que votará contra impeachment em nome do sentimento do povo

Líder do governo no Senado, petista defende que impeachment é golpe

Da editoria de Política
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Publicado em 24/04/2016 às 7:08
Foto: Agência Senado
Líder do governo no Senado, petista defende que impeachment é golpe - FOTO: Foto: Agência Senado
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Após derrota na Câmara dos Deputados no processo de impeachment, por 367 votos a 137, a presidente Dilma Rousseff tem pela frente agora o julgamento do Senado. A votação que decidirá se a mandatária petista permanece no cargo ou será afastada por 180 dias deve ocorrer na primeira quinzena de maio.

Em meio à ebulição no meio político, o JC propôs uma reflexão sobre o processo de impedimento e foi ouvir os três senadores da República eleitos no Estado. Dois deles – Douglas Cintra (PTB) e Humberto Costa (PT) – são contra o impedimento. Fernando Bezerra Coelho (PSB) é favorável. 

Por Humberto Costa, senador da República pelo PT

Meu voto será um voto sintonizado com o povo brasileiro, que rejeita o golpe que a Câmara dos Deputados ajudou a dar na democracia. Será contra a intenção de se tirar o mandato de uma presidenta da República eleita pelo voto popular, que faz um governo voltado para os menos favorecidos. Uma presidenta que não cometeu o crime de responsabilidade que é objeto desse pedido de afastamento indecente e sem sentido.

Votarei pelos programas sociais que mudaram a face deste País e que foram implantados nos governos de Lula e de Dilma Rousseff. Pelo Bolsa Família, que livrou da miséria 36 milhões de pessoas. Pelo Minha Casa, Minha Vida, que reduziu o nosso déficit habitacional em mais de 12%. Pelas conquistas obtidas pelos trabalhadores, hoje ameaçadas por um arremedo de programa de governo que um vice-presidente golpista já espalha por aí.

Vou votar pelo País que queremos. E que não é o mesmo País da Fiesp, de Eduardo Cunha, de Jair Bolsonaro. Mas um País que luta contra a corrupção, o que eles nunca fizeram. Isto aconteceu foi nos governos de Lula e de Dilma, quando Justiça, Ministério Público e Polícia Federal ganharam força, e se investigou de verdade. Nos governos do PSDB, até engavetador de denúncias havia.

No Senado, o perfil desse julgamento será outro. Na Câmara, a aprovação foi fruto de um ato de vingança de um presidente que tem contra si denúncias de crimes financeiros, contas no exterior e chantagens. Como as que ele tentou fazer com a presidenta, inconformado com a não aceitação de conluios e de favorecimentos.

Particularmente, meu voto de pernambucano não poderia ser outro. Nosso Estado recebeu uma atenção que não foi dada, nem de longe, pelos governos do PSDB, quando éramos tratados a pão e água. A ingratidão de votar contra este governo, e ainda por cima movido por sentimentos mesquinhos e golpistas, é algo que Pernambuco nunca vai esquecer.”


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