Eleições 2016

Posição do PSDB no Recife será definida por instâncias locais, afirma Aécio Neves

Deputado federal Daniel Coelho (PSDB) se lançou na disputa. Em entrevista, Aécio diz que apoio à reeleição de Geraldo Julio será definida por PSDB-PE

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 27/04/2016 às 8:00
Foto: Divulgação/PSDB
Deputado federal Daniel Coelho (PSDB) se lançou na disputa. Em entrevista, Aécio diz que apoio à reeleição de Geraldo Julio será definida por PSDB-PE - FOTO: Foto: Divulgação/PSDB
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A pré-candidatura do tucano Daniel Coelho à Prefeitura do Recife tem gerado uma “guerra” nos bastidores. Com a chapa montada, incluindo vice-prefeito e nomes de vereadores, o deputado federal vem sendo minado até por aliados do partido. A pressão também vem do PSB. Nessa terça-feira (26), o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, afirmou que a decisão será construída pelas instâncias locais. A tática é evitar melindrar tanto correligionários quanto aliados.

A cada dia fica mais difícil encobrir as arestas no ninho tucano. Em nome de projetos próprios, lideranças do partido, como o prefeito Elias Gomes e o deputado federal Betinho Gomes, ainda não vieram a público declarar apoio a Daniel. Com ele na jogada, fica mais difícil costurar alianças com o PSB em Jaboatão e no Cabo.

A divergência de versões rebate nas instâncias nacionais do partido. À medida que Daniel dá novos passos, mais comentários surgem com afirmações de que Aécio pode não avalizar o nome dele.

Ontem, em Brasília, o mineiro disse que não deve interferir no Recife. Questionado se havia o compromisso com a reeleição do prefeito Geraldo Julio (PSB), ele afirmou que “a questão será construída pelas lideranças locais com absoluta autonomia”. O diretório municipal, presidido pelo vereador André Régis, é um dos principais apoiadores da pré-candidatura de Daniel.

Em conversa com o JC, o vice-presidente do PSDB, senador Aloysio Nunes, negou interferência da Executiva Nacional na candidatura do aliado. Mas destacou que “nas cidades importantes nacionais, a política de alianças tem que ser referendada pela Executiva, mas isso é uma regra geral, não é específica para o Recife”, disse. 

Em reserva, um tucano contou que, em nome do projeto do Recife, o PSB tem usado como “moeda de troca” o apoio ao projeto de Aécio em 2018. Há ainda o interesse das siglas na manutenção da aliança em Belo Horizonte, atualmente comandada por Márcio Lacerda (PSB). Mas o PSDB já lançou candidato mesmo sem apoio do PSB. “As conversas não foram encerradas, mas o PSDB se auto-geriu em Belo Horizonte”, disse a fonte.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, negou acordo com Aécio sobre aliança. “Não há trocas de cidades. Temos uma boa relação com o PSDB e onde acharmos que devemos apoiar, vamos apoiar. É uma decisão de reciprocidade”, disse. “Nós estamos estimulando o diálogo, mas a conversa nos partidos democráticos não é na base de imposição, na política do toma lá, dá cá”, observou. 

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