OPERAÇÃO LAVA JATO

Empreiteira Mendes Júnior deixa rastro de obras paradas em Pernambuco

Empresa foi considerada inidônea e passará dois anos impedida de firmar novos contratos com governos federal, estadual e municipal

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 29/04/2016 às 7:45
Foto: Priscila Bur/ JC Imagem
Empresa foi considerada inidônea e passará dois anos impedida de firmar novos contratos com governos federal, estadual e municipal - FOTO: Foto: Priscila Bur/ JC Imagem
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Em Pernambuco, a empresa Mendes Júnior deixou rastro de abandono em obras vitais para a mobilidade do Grande Recife. Nessa quinta-feira (28), a Controladoria Geral da União (CGU) declarou a empreiteira como inidônea e a empresa terá que passar dois anos sem assinar novos contratos.

Diretamente impactada pela Operação Lava Jato, a construtora descontinuou, desde o ano passado, três projetos: Corredor Leste-Oeste, Ramal da Copa e o contorno urbano BR-101. Um dos trechos mais importantes da transposição do Rio São Francisco, localizado em Salgueiro, também é tocado pela empresa.

Em nota, o Ministério da Integração explicou que, de acordo com as normas que regem a decisão, os contratos em andamento não devem sofrer rescisão automática em virtude da declaração de inidoneidade. “A decisão da Controladoria-Geral da União (CGU) só atinge licitações e contratos futuros”, informou o órgão. No início do ano, alegando incapacidade de pagamento, a construtora demitiu 200 funcionários do Lote 8 da obra, sem pagá-los.

Por causa da negligência nas obras do Corredor Leste-Oeste e do Ramal da Copa (liga Arena Pernambuco à cidade de Camaragibe), o governo do Estado aplicou, em 2015, multa de R$ 64 milhões à construtora. Na BR-101, a Secretaria das Cidades ainda está na fase do distrato.

A pasta era responsável por 30,7 quilômetros da rodovia – compreendido entre o Km 51,6 (Abreu e Lima) e Km 82,4 (Jaboatão dos Guararapes), conhecido como “contorno do Recife”.

Já o Corredor Leste-Oeste está sob análise da empresa de projetos Policonsult, que está avaliando as etapas incompletas. Após a conclusão do estudo, será efetuada nova licitação para contratar uma construtora para finalizar os serviços. Segundo assessoria da Secretaria das Cidades, a previsão é entregar a obra até 2017. O Ramal da Copa é o que está na situação mais complicada. Foram abertas cinco licitações, mas nenhuma empreiteira se habilitou para concluir as obras.

A reportagem procurou a empresa, por meio da assessoria de imprensa, no número disponibilizado no site, mas não conseguiu contactar a empreiteira.

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