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Em Cabrobó, visita de Dilma à Transposição gera expectativa

Carro de som anunciou visita da presidente na cidade onde 78% dos eleitores votaram nela em 2014

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 06/05/2016 às 7:00
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Carro de som anunciou visita da presidente na cidade onde 78% dos eleitores votaram nela em 2014 - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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A quase 600 quilômetros do Recife, a cidade de Cabrobó, às margens do Rio São Francisco, recebe hoje a visita da presidente Dilma Rousseff (PT). O evento deve ser a última agenda da mandatária petista no Nordeste à frente do cargo. A comissão do impeachment no Senado vota nesta manhã o relatório pelo impedimento dela e os favoráveis à deposição já são maioria na Casa Alta. Mas, na cidade sertaneja, o clima não é de hostilidade à petista.

Embora sejam feitas críticas à demora na conclusão da transposição do rio São Francisco, boa parte dos moradores demonstram gratidão à presidente e dizem que ela será bem-vinda. Em 2014, a presidente teve 13,2 mil votos em Cabrobó; o equivalente a 78,57% do eleitorado.

Ontem, ao longo do dia, carros de som quebravam a calmaria da cidade com o anúncio da passagem de Dilma, que vai vistoriar a estação de bombeamento 2 (EBI-2). Como em boa parte dos municípios do Nordeste, Cabrobó ainda é muito fiel à herança petista e às obras hídricas realizadas na região, sendo a transposição do Rio São Francisco a maior delas. Pela cidade passa o Eixo Norte do canal.

A autônoma Maria Neilda Lopes da Silva, 56 anos, é uma das mais ferrenhas defensoras de Dilma e disse que fará de tudo para encontrá-la hoje. Com várias sacolas na mão, típicas da atuação como sacoleira, ela disse que é “politiqueira nata” e que não vê motivos para afastamento da presidente. “Dilma levou muito voto de Cabrobó. Desde que Lula foi presidente, eu sempre votei neles. Queria chegar perto dela para abraçá-la e agradecer tudo de bom que ela tem feito pelos pobres”, disse. Sobre os motivos pelo afastamento de Dilma, ela classifica como “inveja da oposição” e comemora o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Já o vendedor Gilmar Izídio de Oliveira, 21, se disse consciente das ações realizadas pelo governo do PT na região no combate à seca, mas pontuou que as recentes denúncias de corrupção têm influenciado as pessoas da região. “Os últimos escândalos têm manchado a reputação dela”, afirmou. Ele reconhece o papel das gestões petistas para executar as obras, mas critica a morosidade na conclusão dos projetos.  “A obra foi feita para atender a uma população que vive numa área ‘sequeira’ e ela está saindo de forma muito lenta. Começou em 2010 e nós já estamos em 2016 (e não está completa), sem contar no eixo que houve falhas e atrasou”, disse.

TRANSPOSIÇÃO -  Dados do Ministério da Integração, atualizados em abril, apontam que 86,3% da obra está finalizada, sendo 87,7% no Eixo Norte e 84,4% no Eixo Leste. O Eixo Norte vai de Cabrobó a Cajazeiras, na Paraíba,  e se estende por 260 quilômetros.

Apesar de a construtora Mendes Júnior, responsável pela obra, estar envolvida no escândalo da Operação Lava Jato e ter sido considerada inidônea pela Controladoria Geral da União, a expectativa é que a água chegue aos canais até o fim do ano. Hoje são 10.346 profissionais nos canteiros.

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