Manifestantes voltaram nesta sexta-feira (20/05) às ruas do Recife contra a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e desta vez alimentados também por medidas e intenções impopulares do governo interino de Michel Temer (PMDB). Às 17h, a versão local da vigília mundial em memória das vítimas da aids (Candlelight), na Praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista, condenou o discurso do atual ministro da Saúde, deputado Ricardo Barros (PP-PR), em favor de planos privados em detrimento do SUS.
Houve caminhada até à Praça do Derby, onde sindicalistas, movimentos de mulheres, por moradia e estudantes realizavam a primeira edição da Sexta da Resistência, mais um ato político-cultural do grupo que promoveu acampamento em defesa da presidente da República. “Todo mês haverá uma Sexta da Resistência para lembrar nossa luta no Derby, batizada de Praça da Democracia, e que continuaremos resistindo”, contou Carlos Veras, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Leia Também
- Atos contra extinção do Ministério da Cultura ocorrem em 18 capitais
- Artistas ocupam prédios contra extinção do ministério da Cultura
- Equipe de filme Aquarius protesta em Cannes contra 'golpe' no Brasil
- Versão recifense da Candlelight fará protesto contra Temer
- "Não há recursos para se dar tudo a todos", diz novo ministro da Saúde sobre SUS
- Ministro da Saúde quer igrejas no debate sobre aborto
“A luta é contra esse governo ilegítimo de Temer, que nasceu de uma trama. A cada dia vamos denunciar o ataque às conquistas sociais na Previdência (redução da idade mínima), no SUS, nas universidades, na cultura e na agricultura familiar”, completou.
Wladimir Reis, ativista da luta contra a aids, teme retrocessos no SUS e nas políticas voltadas ao fortalecimento da identidade da população LGBT.“Como a gente vai trabalhar prevenção da aids sem autoestima?” Deputados da bancada evangélica, apoiadores de Temer, tentam revogar o decreto de Dilma que autorizou o nome social de travestis no serviço público. Os ativistas também cobraram mais investimos do governo do Estado. Denunciariam o fechamento de 133 leitos no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, um dos centros de referência no tratamento de pessoas com HIV.