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Filho de Eduardo Campos completa três meses como funcionário do governo de Pernambuco e é tietado por lideranças políticas

Há três meses, João Campos virou chefe de gabiente de Paulo Câmara e desde então é solicitado para selfies e conversas por parte de prefeitos e vereadores do interior do Estado

Franco Benites
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Publicado em 22/05/2016 às 8:00
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Há três meses, João Campos virou chefe de gabiente de Paulo Câmara e desde então é solicitado para selfies e conversas por parte de prefeitos e vereadores do interior do Estado - FOTO: André Nery/JC Imagem
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Há quase cem dias, João Campos, mais velho entre os filhos homens do ex-governador Eduardo Campos, chegou ao Palácio do Campo das Princesas para chefiar o gabinete do governador Paulo Câmara (PSB). De 17 de fevereiro, dia de sua posse no cargo, para cá, o estudante de Engenharia tem atraído a atenção de prefeitos e vereadores do interior do Estado. Na romaria quase diária de lideranças políticas à sede do governo estadual, sobram solicitações de conversas, agradecimentos por benfeitorias viabilizadas por Eduardo e pedidos de selfies.

Os políticos que colocam o pé no Palácio não vão em busca de João Campos e sim de soluções para problemas em suas bases eleitorais. Mas, uma vez na sede do governo, aproveitam para fazer um registro fotográfico com o chefe de gabinete, apontado como troféu eleitoral do PSB no futuro. Esse potencial político do herdeiro de Eduardo é assimilado de várias maneiras por prefeitos e vereadores. Um gestor municipal afirma que algumas fotos tiradas com João percorrem grupos de whatsapps no interior como uma forma de prestígio de quem esteve ao lado do jovem.

As reuniões com João, por mais breves que sejam em muitas ocasiões, não se restringem ao “oba-oba” fotográfico. Nos encontros, prefeitos e vereadores procuram saber a opinião dele sobre assuntos políticos - em que pese a sua inexperiência na vida pública -, expõem a gratidão que têm a Eduardo por motivos diversos e também contam “causos” vividos ao lado do ex-governador. Cada um a seu jeito, as lideranças tentam fazer uma reverência a quem, acreditam, pode ocupar um espaço maior do que o atual. No fundo, todos querem ser lembrados, no futuro, como uma das pessoas que demonstraram apoio ao jovem, hoje concluinte do curso de Engenharia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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O movimento em torno de João Campos já foi maior, sobretudo devido à  curiosidade sobre a sua chegada dele ao governo. O ritmo pode ter diminuído, mas não deixou de existir. Prefeitos de todas as regiões ouvidos pelo JC são unânimes em elogiar traçaos como gentileza e educação do chefe de gabinete. Dentro do Palácio do Campo das Princesas, o jovem também é muito querido e para isso conta o fato de que ele não tem pedido privilégios por ser filho de Eduardo.

Entre os palacianos, também é comum quem se refira a João Campos como um “trator” no trabalho com disposição para chegar cedo e sair tarde. A disposição para aprender também é mencionada e para isso ele conta com a estrutura da chefia de gabinete já que Paulo Câmara manteve a equipe que trabalhava com Ruy Bezerra, hoje na Controladoria Geral do Estado (CGE), para ajudar o universitário.

Para pegar as artimanhas políticas, fora as que aprendeu com Eduardo dentro de casa, João participa de  reuniões mais políticas do núcleo duro de Paulo Câmara. A ideia é que use  essa experiência para chegar às eleições de 2018 afiado. No partido,  acredita-se que ele será o deputado federal mais votado do Estado daqui a dois anos.

Mas nem tudo que envolve João Campos é positivo. A rejeição que ocorreu a sua nomeação como chefe de gabinete de Paulo em fevereiro ainda persiste fora do Palácio do Campo das Princesas. Na oposição ao grupo político do governador, contesta-se a contribuição que ele pode dar a Pernambuco como funcionário do Estado, ainda que seja em cargo comissionado. Em reserva, um outro oposicionista diz que hoje João Campos percorre o Estado como funcionário da gestão socialista, mas fala que ele já acompanhava Paulo antes de entrar no governo estadual e questiona quem pagava a conta dessas viagens.

Já são cem dias de João Campos no governo, mas para ele, pelo que se vê, as batalhas estão só começando.

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