Governo estadual

Paulo Câmara diz que missão de novo secretário da Fazenda é ampliar receitas sem aumentar impostos

Marcelo Barros apresentará o relatório fiscal do Estado em junho, mas já foi informado que o primeiro quadrimestre de 2016 apresenta queda de receitas

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 26/05/2016 às 14:58
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Marcelo Barros apresentará o relatório fiscal do Estado em junho, mas já foi informado que o primeiro quadrimestre de 2016 apresenta queda de receitas - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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O economista Marcelo Barros chega à secretaria estadual da Fazenda para substituir Márcio Stefanni, deslocado para Planejamento e Gestão, com a experiência de quem geriu a secretaria de Finanças do Recife e de Ipojuca. Ele disse que não mudará a linha de ação que vem sendo executada e, a exemplo de seu antecessor, citou a crise econômica nacional como responsável por travar os avanços do Estado. Do governador Paulo Câmara (PSB), recebeu uma difícil missão: arrecadar mais e fazer a máquina pública gastar menos.

"Ele vai dar continuidade ao Plano de Contingenciamento de Gastos, mas vai precisar também procurar alternativas que é o trabalho que Márcio fazia. Ele tem experiência também, é um economista, tem preparo, conhece a realidade do nosso Estado e tem capacidade de diálogo com os setores produtivos. Com sua experiência, vai criar oportunidades para fazer crescer a receita", disse o governador.

Paulo Câmara afirmou que Marcelo Barros não irá aumentar impostos apesar do Estado precisar melhorar sua arrecadação. "Não cabe neste momento nenhum tipo de ajuste de carga tributária. Temos que fazer ajustes que provoquem o setor produtivo a melhorar a ter condições de gerar receitas. Vai ter que olhar segmento por segmento econômico e ver se há oportunidade de melhorar a receita. Não cabe nesse momento discutir aumento de alíquota ou de tributo", reforçou.

Uma das primeiras tarefas de Marcelo Barros como secretário da Fazenda será apresentar o relatório fiscal do Estado, referente ao primeiro quadrimestre de 2016, na Assembleia Legislativa. A audiência está agendada para a primeira semana de junho e ele terá a companhia do antecessor Márcio Stefanni. As notícias a serem dadas não devem ser positivas. "O primeiro quadrimestre se frustrou", adiantou Stefanni.

Embora o reajuste dos servidores seja uma atribuição da secretaria de Administração, a Fazenda também tem ligação com o assunto já que detém a chave do cofre estadual. No entanto, pelas dificuldades financeiras do governo Paulo Câmara (PSB), as notícias não devem ser positivas para os funcionários públicos pernambucanos. "Essa pauta de reajuste é a secretaria de Administração que está discutindo. Há uma sensibilidade do governo do Estado com essa importante pauta dos servidores, mas isso está sendo analisado com muita responsabilidade e serenidade", declarou Marcelo Lacerda.


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Em seu discurso e, posteriormente, nas entrevistas após a cerimônia de posse, Marcelo Barros recorreu à crise para falar do panorama financeiro de Pernambuco.

"Vamos continuar o trabalho do secretário Márcio, que tem dado resultados. A gente sabe que a situação nacional é muito preocupante, mas a Fazenda vai continuar fazendo a justiça fiscal. Vamos superar esse momento difícil da economia atual. A economia de Pernambuco cresceu muito nos últimos anos, mas agora ela desacelerou. Essas medidas que o Estado têm feito são justamente para tentar reverter isso. Por mais que o governo estadual tenha bons instrumentos, a gente está aguardando a melhora da situação nacional", pontuou Marcelo Barros. 

Nos próximos dias, Marcelo Barros e Márcio Stefanni irão se reunir para afinar os ponteiros. "A gente vai fazer várias reuniões. A ideia é que a gente continue o caminho que estava trilhando. É uma crise nacional que chega a Pernambuco. Estamos em uma situação bem melhor que outros Estados já que a gente tem um equilíbrio fiscal dinâmico que assegura pagamento do salário dos servidores em dia. Ainda vou conversar com Márcio", disse.

Por sua vez, Stefanni, além de adiantar que o resultado do quadrimestre não deve ser bom ("a receita caiu por conta da falta de operações de crédito"), disse que o trabalho entre a Fazenda e Planejamento, agora com novos titulares, deve fluir. "Vamos trabalhar junto com Marcelo. O Planejamento e a Fazenda são irmãos siameses", declarou.

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