Legislativo

Câmara Municipal do Recife: um braço do governo Geraldo Julio

Dos 39 vereadores da Casa, 32 são aliados da gestão socialista, totalizando 80% dos membros

Edson Mota e Marcela Balbino
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Edson Mota e Marcela Balbino
Publicado em 19/06/2016 às 7:30
Foto: Câmara Municipal do Recife
Dos 39 vereadores da Casa, 32 são aliados da gestão socialista, totalizando 80% dos membros - FOTO: Foto: Câmara Municipal do Recife
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O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), não pode se queixar da Câmara do Recife nesses três anos e meio de mandato. A atual legislatura tem um índice de governismo em torno de 80% dos seus membros - dos 39 vereadores, 32 são aliados da gestão socialista. Esse índice também reflete o perfil de atuação da maioria dos vereadores - políticos com bases eleitorais em comunidades, extremamente dependentes de ações do Executivo.

Esse governismo se reflete nos números da atual legislatura. Das 188 propostas enviadas pelo prefeito, nenhuma foi rejeitada. Algumas, porém, ainda estão travadas nos trâmites da Câmara dos Vereadores desde 2013, como o projeto que institui o Conselho Municipal de Políticas Públicas para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBTT), que se encontra no aguardo de emendas. Este projeto colocou em choque toda a bancada religiosa dos vereadores ligados aos movimentos de direitos humanos.

Dentre os projetos enviados pelo Executivo, homenagens a Eduardo Campos entram na pauta dos vereadores. A Upinha localizada no bairro da Mangabeira, na Zona Norte do Recife, leva o nome dele, aguardando apenas a publicação do projeto no Diário Oficial do município. O Compaz do Alto Santa Terezinha, também na Zona Norte, é outro espaço que o homenageia. Este, no entanto, rendeu polêmica na Cãmara porque a vereadora Isabella de Roldão (PDT) possuía um projeto que dava um outro nome ao Compaz.

Uma das principais vozes da oposição municipal, o vereador André Régis (PSDB) condena veementemente o excessivo teor governista da Casa de José Mariano. "Na Câmara, os vereadores idealizadores dos projetos sempre têm que concordar com o veto do prefeito. Na minha opinião, o fato de a votação (do veto) ser aberta faz com que os vereadores não analisem sob a perspectiva do interesse público, mas segundo a orientação do governo, o que é um erro", considera.

Procurados pela reportagem, tanto o líder do governo na Casa, Gilberto Alves (PSD)), quanto o vice-líder, Marco Aurélio Medeiros (SDD), não foram encontrados.

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