O corpo do empresário Paulo César de Barros Morato foi encontrado no mesmo dia em que a Polícia Federal emitiu um alerta a todos os aeroportos do País com o mandado de prisão. Se ele tentasse deixar o Brasil, seria detido. A Interpol não chegou a ser acionada, pois não havia indícios de que Morato tivesse deixado o País. Acabou sendo encontrado morto dentro de um motel.
Dentro do esquema que movimentou R$ 600 milhões entre 2010 e 2016, com fortes indícios de ter beneficiado duas campanhas do ex-governador Eduardo Campos, Morato teria administrado uma fatia de R$ 18,8 milhões na Câmara & Vasconcelos, que aparece na investigação da Operação Turbulência como uma empresa de fachada em seu nome.
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O valor foi repassado pela empreiteira OAS, investigada na Operação Lava Jato, por um serviço de terraplanagem na Transposição do Rio São Francisco. O dinheiro, na verdade, teria servido para a compra da aeronave que Eduardo usou na campanha, o Cesnna Citation PR-AFA, o mesmo que sofreu o acidente que matou Eduardo Campos e outras seis pessoas, sendo dois pilotos e quatro assessores.
A Polícia Federal apontou, ainda, que Paulo César Morato é dono de uma empresa chamada Lagoa Indústria e Comércio, que funciona no mesmo endereço da Camboa Cerâmica, pertencente a Eduardo Freire Bezerra Leite, preso na terça-feira (21) na operação.
Prisões - Além de Eduardo Freire Bezerra Leite, estão presos os empresários Apolo Santana Vieira (dono da empresa Bandeirantes Companhia Pneus), Arthur Roberto Lapa Rosal e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho (filho do ex-deputado socialista Luiz Piauhylino).
Todos eles foram alvos de mandados de prisão preventiva. Os dois primeiros foram detidos no Recife, Apolo Santana estava malhando em uma academia no momento da prisão. Os outros dois foram localizados quando desembarcavam em São Paulo e transportados para o Recife.