Novas eleições

Secretários de Paulo Câmara são exonerados para ajudar a escolher sucessor de Eduardo Cunha

André de Paula e Sebastião Oliveira deixam as pastas de Cidades e Transporte, respectivamente

Franco Benites
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Publicado em 12/07/2016 às 11:47
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André de Paula e Sebastião Oliveira deixam as pastas de Cidades e Transporte, respectivamente - FOTO: Divulgação
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O Diario Oficial do Estado trouxe, nesta terça-feira (12), a exoneração dos secretários André de Paula (Cidades) e Sebastião Oliveira (PR). Eleitos deputados estaduais em 2014, eles deixam temporariamente o governo estadual para assumirem seus mandatos e assim votarem na eleição de presidente da Câmara Federal. A eleição para escolher o sucessor de Eduardo Cunha ocorre nesta quarta-feira (13). Com a ida dos "secretários-deputados" a Brasília, perdem espaço na votação os suplentes Guilherme Coelho (PSDB) e Severino Ninho (PSB). 

Sebastião Oliveira é filiado ao PR e já está em Brasília desde a última segunda-feira. De acordo com sua assessoria de comunicação, ele deve acompanhar o partido na eleição da Câmara Federal. A legenda integra o chamado Centrão, grupo mais próximo a Eduardo Cunha, e tem como candidato o deputado federal Fernando Giacobo, do Paraná. Atualmente, o parlamentar é o segundo vice-presidente da Casa.

"Com a minha vinda para Brasília, somamos 43 votos. Isso mostra que, ao contrário do que aconteceu na votação do impeachment, a bancada do PR está 100% unida", destacou Sebastião Oliveira por meio de um comunicado à imprensa.

André de Paula chega a Brasília ainda nesta terça. Presidente estadual do PSD e bastante próximo ao ministro Gilberto Kassab, ele acompanhará o voto no partido para tentar eleger o deputado federal Rogério Rosso, do Distrito Federal. O parlamentar é considerado um dos favoritos na disputa por ter o apoio do grupo ligado a Eduardo Cunha e também por ter o aval do governo Michel Temer (PMDB).

Por telefone, do aeroporto, André de Paula, explicou a razão de votar em Rosso. "Me ausentei da secretaria porque essa é uma votação importante. O meu candidato é líder do meu partido e sempre tem sido correto e atencioso com Pernambuco. Se ele tiver êxito, teremos um presidente da Câmara Federal que será parceiro de Pernambuco", destacou.

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Curiosamente, os secretários estaduais de Paulo Câmara (PSB) devem ficar no lado oposto ao do governador. Vice-presidente nacional do PSB, ele quer a bancada federal socialista pronta para dar total apoio ao deputado Julio Delgado (PSB-MG), que concorreu contra Eduardo Cunha em 2015. A informação do Palácio do Campo das Princesas é que o governador liberou os secretários para votar de acordo com seus partidos.

"O governador entendeu o nosso posicionamento. Depois, o Rosso ligou para Paulo Câmara e agradeceu pela minha liberação. Paulo é líder de uma frente muito ampla e sabe que a figura de um presidente da Câmara Federal é de grande importância para os governadores. Ao me liberar e liberar Sebastião, ele consolida uma ponte com o PSD e com o PR", explicou André de Paula.

Na época da votação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal, em abril, André de Paula votou a favor da saída da petista. Sebastião Oliveira se absteve, o que gerou críticas em Pernambuco já que ele pediu exoneração do cargo de secretário. A abstenção, na prática, foi favorável a Dilma, mas não impediu o impeachment.

Além de André de Paula e Sebastião Oliveira, o secretário de Turismo, Esportes e Lazer também foi eleito deputado federal em 2014. No entanto, ele, que é filiado ao PSB, não se licenciou na época do impeachment e nem agora. Por telefone, o titular da pasta afirmou que ficou no Recife para cuidar das ações da secretaria.

Danilo Cabral (PSB) era secretário de Planejamento e votou a favor do afastamento de Dilma. Ele deixou o cargo pouco tempo depois da votação do impeachment, assumiu definitivamente o mandato de deputado federal em Brasília e hoje é um defensor da candidatura de Julio Delgado.

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