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Apesar das críticas, maioria dos olindenses gosta de viver na cidade, aponta pesquisa IPMN

Levantamento do IPMN mostra relação de afeto entre moradores do Grande Recife com suas cidades

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 08/08/2016 às 13:55
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Não precisa ir muito longe em Olinda para ouvir críticas ao poder público. Saneamento, buracos, falta de ordenamento urbano são queixas recorrentes. Mas, se por um lado o descontentamento é alto, o apego à cidade, que é Patrimônio Histórico e Cultural, não fica para trás. Às vésperas do início oficial da campanha municipal, uma sondagem elaborada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o JC aponta que, mesmo com as críticas à falta de manutenção da cidade, 98,1% dos entrevistados afirmam que “gostam de morar na cidade” e outros 80,9% responderam que não têm vontade de mudar de município.

Não só em Olinda há essa relação de afeto com o município. A pesquisa englobou cinco localidades do Grande Recife (Recife, Olinda, Jaboatão, Paulista e Cabo) e a maioria dos entrevistados nestes municípios (91,2%) afirmou que gosta de morar nas respectivas cidades. E outros 72,3,% responderam que não tem intenção de mudar de cidade. 

No burburinho do Mercado de Peixinhos, em Olinda, a artesã Carmem Souza, 53 anos, reflete bem o perfil do levantamento. Moradora do bairro, ela conta que não se mudaria do local, mas a paixão pela cidade é marcada também por críticas. “Aqui é tudo de bom, é igual ao centro da cidade, porque tem muitos mercados, bancos por perto. O que está faltando é organização”, grifou. “Está muito desorganizado. Tudo mesmo”, lamentou. 

“Olinda está um caos. Olha a quantidade de buracos. É preciso de quê para se fazer? Não temos mais nem o que dizer. Está todo mundo vendo tudo, ninguém é mais cego como há anos atrás”, cobra a auxiliar de enfermagem Rosângela Silva dos Santos, que trabalha em Olinda e mora em Paulista. “Não moro aqui, mas estou todo dia e sinto os problemas da cidade”, justifica.

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Este ano, a cidade tem recorde de pré-candidatos concorrendo à prefeitura. Há, pelo menos, oito postulantes ao cargo. A expectativa é que a disputa vá para o segundo turno. 

“Em Olinda, as pessoas gostam da cidade. Eles podem reprovar o gestor, mas gostam do município”, afirmou o professor e cientista político Adriano Oliveira, coordenador da pesquisa. “Temos um novo eleitor, que está mais intolerante aos maus feitos”.

PESQUISA

A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 de julho e o objetivo foi traçar a cultura política dos eleitores, com a proximidade do pleito. O nível estimado de confiança é de 95%, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais. Ao todo, foram ouvidas 816 pessoas. Do total de entrevistados, 55,1% eram mulheres e 44,9% homens, sendo 25,4% com idades entre 45 e 59 anos; 23,2% de 25 a 34 anos; e 21% de 35 a 44 anos. 

DEMANDAS

No primeiro dia da pesquisa, os eleitores mandaram um recado aos postulantes dos cargos. Para 27% dos entrevistados, as propostas são o fator principal na hora do voto. Em segundo lugar aparece o quesito “honestidade”, com 9,9%. No entanto, um grande número das pessoas ouvidas (27,6%) disse não saber o que lhe motivava a votar num candidato a prefeito ou preferiram não responder a pergunta. 

“Eles (os eleitores) não mais se interessam por aquele marketing político da ‘espetacularização’. O que querem, na verdade, é que os candidatos sejam objetivos e, acima de tudo, verdadeiros e lidem com os problemas deles no dia a dia”, explicou professor Adriano Oliveira, coordenador da pesquisa. 


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