ELEIÇÕES 2016

Eleitores querem honestidade e propostas dos candidatos a cargos públicos, aponta pesquisa IPMN

Segundo pesquisa, eleitores estão mais intolerantes e querem menos ficção nas campanhas e nas ações dos políticos

Marcela Balbino
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Marcela Balbino
Publicado em 06/08/2016 às 12:40
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Em um ano marcado por uma votação de um impeachment presidencial, investigações de corrupção e políticos presos, o recado dos eleitores aos candidatos que vão disputar um cargo público é claro e objetivo: mais propostas e menos ficção. A menos de dois meses da eleição, a pesquisa IPMN ouviu eleitores das cinco maiores cidades do Grande Recife e materializou algumas das demandas.

A imagem refletida na sondagem é que os eleitores parecem mais críticos e defenderão candidatos mais transparentes, com propostas mais palpáveis e menos ideias mirabolantes nas campanhas. Ao todo, foram ouvidas 816 pessoas das cidades do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Cabo de Santo Agostinho.

“Eles [OS ELEITORES]não mais se interessam por aquele marketing político da espetacularização. O que querem, na verdade, é que os candidatos sejam objetivos e, acima de tudo, verdadeiros e lidem com os problemas deles no dia a dia”, explicou professor Adriano Oliveira, coordenador da pesquisa. 

Para 27% dos entrevistados, as propostas são o fator principal na hora do voto. Em segundo lugar aparece o quesito “honestidade”, com 9,9%. No entanto, um grande número das pessoas ouvidas (27,6%) disse não saber o que lhe motivava a votar num candidato a prefeito ou preferiram não responder a pergunta. 

A credibilidade dos políticos também está atingida, segundo os números da pesquisa. Dos ouvidos, 81,4% não acreditam nas promessas de campanha dos candidatos a prefeito. A corrupção surge disparada como fator número um para a descrença, com 62%. 

Os números também revelam certa apatia do eleitorado, uma vez que 44,5% dos entrevistados afirmaram que estão “pouco interessados com a eleição para prefeito”. Mas a obrigação do voto ainda pesa e 71, 2% dos entrevistados revelaram que apesar da falta de interesse vão às urnas. 

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COMPRA DE VOTOS

Em meio à uma campanha por eleições limpas, bancada por entidades como OAB, TRE e Ministério Público Federal, a prática criminosa de venda de votos parece estar presente na mentalidade do eleitorado. Segundo a pesquisa do IPMN, 95,1% dos entrevistados afirmaram que nas eleições há pessoas que “vendem o voto”. No entanto, somente 12, 6% afirmam que já venderam. 

PESQUISA

A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 26 de julho e o objetivo foi traçar a cultura política dos eleitores, com a proximidade do pleito. O nível estimado de confiança é de 95%, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais.

Do total de entrevistados, 55,1% eram mulheres e 44,9% homens, sendo 25,4% com idades entre 45 e 59 anos; 23,2% de 25 a 34 anos; e 21% de 35 a 44 anos. A renda individual de 43,2% é de até um salário mínimo e, de 42,5%, entre um e dois e meio. Cinquenta e seis por cento têm ensino médio completo ou superior incompleto. A maioria é casada (47,9%) e de católicos (56,4%).

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