eleições 2016

Pernambuco é o estado com mais prefeitos candidatos à reeleição

Levantamento da CNM mostra menos prefeito disputando a reeleição no Brasil

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 10/08/2016 às 7:40
Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR
Levantamento da CNM mostra menos prefeito disputando a reeleição no Brasil - FOTO: Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR
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Pernambuco é o estado brasileiro em que mais prefeitos serão candidatos à reeleição Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que apenas 10,94% dos 128 gestores municipais que podem concorrer desistiram da reeleição no Estado. A grande maioria (88,28%) está disposta a disputar mais quatro anos mesmo em meio à crise, mostra a pesquisa. O principal exemplo é o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

O comportamento dos prefeitos pernambucanos vai de encontro ao identificado no resto do País. Na média nacional, o número de candidatos a reeleição é o menor das últimas três eleições municipais. No País, 23,3% dos políticos desistiu de tentar um novo mandato. Mais de um terço deles alegaram dificuldades de gestão como a justificativa para evitarem as urnas.

No mês passado, o Jornal do Commercio mostrou que a crise econômica deveria interromper o projeto de reeleição de diversos prefeitos pernambucanos; incluindo cidades estratégicas da Região Metropolitana, como Cabo de Santo Agostinho, Goiana e Moreno. A tendência no Brasil já era de alta nessa desistência.

“A regra nacional é que a crise está levando os prefeitos a desistirem a desistirem. Por causa das desonerações fiscais, em quatro anos você perdeu o equivalente a um ano do que seria arrecadado com IPI e Imposto de Renda”, explicou o prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa (PSD), primeiro secretário da CNM. “Você soma a isso a queda de receita própria e nos programas federais que a União transfere para os municípios. Você vê programas que não tiveram nem a reposição da inflação. Isso também desestimula”, argumentou.

A pesquisa da CNM mostra, porém, que a desistência entre os prefeitos é maior nas regiões Sul e Sudeste. No Nordeste e Norte, onde os políticos estão mais acostumados a gerir cidades com menos recursos, os gestores têm mais interesse em continuar nos cargos. Isso pode ajudar a explicar os índices de Pernambuco, embora a CNM ressalte que o arrocho é mais duro nas cidades menores, que dependem mais dos repasses federais.

“Também vai pela questão local. O prefeito sabe que não fez uma boa gestão, mas tem um desejo de persistir. E não quer entregar a gestão a oposição sem cumprir aquilo o que prometeu”, afirmou Tabosa. “Mas não vai sair tão fácil da crise. As nossas perspectivas mostram que o ano de 2017 está praticamente perdido. Em 2018, vão ter eleições nacionais e estaduais, então a partir de maio você não vai ter mais transferências nem federais, nem estaduais”, lembrou.

A reeleição, porém, ainda vai ser um desafio. Em 2012, apenas 55% dos 2,7 mil prefeitos que tentaram um novo mandato saíram vitoriosos das urnas. Foi a mais baixa taxa de reeleição de prefeitos desde que o mecanismo foi autorizado no Brasil.

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