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Na conta de João Paulo, ordenamento do transporte clandestino, OP e o calo Finatec

Prefeito petista fez intervenções urbanas e enfrentou críticas por atos da sua gestão com relação aos gastos públicos

Mariana Araújo
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Publicado em 20/08/2016 às 6:19
Foto: Reprodução/Arquivo Público de Pernambuco
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A primeira gestão de João Paulo foi marcada por intervenções urbanísticas e ações de ordenamento. Uma delas foi a remoção de palafitas, começando por Brasília Teimosa. Logo no primeiro mês de mandato, em 2003, o então presidente Lula visitou o local com todos os seus ministros. As palafitas foram retiradas, os moradores encaminhados para o auxílio-moradia e, em seguida, para habitacionais. A orla foi urbanizada, ganhando uma avenida.

Outra atuação na Zona Sul foi a inversão do trânsito em Boa Viagem, com as avenidas Domingos Ferreira e Conselheiro Aguiar. Ainda na questão da mobilidade, a gestão João Paulo, em parceria com o governo Jarbas Vasconcelos (PMDB), foram os responsáveis pela a retirada do transporte clandestino. O desgaste político foi grande. A cidade tornou-se palco de protestos, muitos deles violentos, por parte dos kombeiros. A prefeitura acabou vencendo a briga e a regulamentação do transporte clandestino também foi seguida em várias cidades da Região Metropolitana. 

Um dos pontos polêmicos e que até hoje recebe críticas foi a mudança na Avenida Conde da Boa Vista. A construção de paradas de ônibus no centro da via gerou posicionamentos contrários até hoje.

Na saúde, houve a erradicação da filariose, implantação do Samu e Academia da Cidades. Os morros ganharam novas ações preventivas.

A descentralização do Carnaval do Recife também foi um marco, que se consolidou. O modelo foi seguido pelo seu sucessor, João da Costa (PT) e replicado por Geraldo Julio (PSB). 

“Nós enfrentamos problemas aqui que nenhum governo teve coragem de enfrentar”, afirma João Paulo. 

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

Outra marca da gestão foi o Orçamento Participativo (OP), que ajudou a garantir o nome do seu sucessor – João da Costa, responsável pela coordenação do programa. João Paulo nega que o programa tenha sido usado politicamente. “Eu sou contra que qualquer instrumento de organização, como o OP, possa funcionar como correia de transmissão do partido político”, assegura.

Uma queixa recorrente sobre o OP é que eram aprovadas mais obras do que se podia realizar. A conta não fecha até hoje. Obras aprovadas na gestão de João Paulo passaram para João da Costa, que também deixou demandas para Geraldo Julio. Segundo a atual gestão, ficaram 1.045 obras do OP aprovadas sem execução. Dessas, 180 tinham projeto executivo, porém com orçamentos defasados. 

A gestão socialista afirma que foram priorizadas 277 ações e que mais de 150 foram entregues.

Na sua gestão, João Paulo conviveu com uma investigação do Ministério Público Federal sobre a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec). De 2002 a novembro de 2005, a Prefeitura firmou três contratos com a Finatec no valor de R$ 19,8 mil, para serviços de consultoria na gestão pública. Em 2008, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) julgou o contrato irregular e abriu uma auditoria especial. No momento, o texto aguarda parecer do Ministério Público de Contas. Não há data para ir à votação. 

Outra polêmica da primeira gestão petista foi a realização de um show da dupla Sandy e Júnior, gratuito para o público, no Marco Zero. A Prefeitura pagou R$ 480 mil pela apresentação e foi alvo de uma ação de improbidade administrativa. O processo ainda será julgado.

Além disso, é colocada na conta de João Paulo a decadência da vida noturna do Bairro do Recife. Nas gestões de Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Roberto Magalhães (PFL, atual DEM), o bairro ganhou vida, com o estímulo à abertura de bares e restaurantes. Na gestão de João Paulo, os incentivos recuaram.

Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
João Paulo e Luciano Siqueira comemoram resultado da eleição de 2000 - Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Foto: Acervo JC Imagem
Polêmico gesto de Roberto Magalhães durante a campanha de 2000 - Foto: Acervo JC Imagem
Foto: Reprodução/Arquivo Público de Pernambuco
Matéria do JC sobre o gesto de Roberto Magalhães durante a campanha de 2000 - Foto: Reprodução/Arquivo Público de Pernambuco
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Capa do JC com "intervenção" da Justiça Eleitoral na campanha de 2000 - Foto: Reprodução/Arquivo Público de Pernambuco
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Capa do JC com o resultado indicando que a eleição para Prefeito do Recife em 2000 foi para 2º turno - Foto: Reprodução/Arquivo Público de Pernambuco
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Em matéria do JC, Roberto Magalhães avalia a derrota das urnas em 2000 - Foto: Reprodução/Arquivo Público de Pernambuco
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Matéria do JC analisou a derrota sofrida pelo grupo político de Jarbas Vasconcelos - Foto: Reprodução/Arquivo Público de Pernambuco
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Logo que assumiu o cargo, Lula veio a Brasília Teimosa, no Recife - Foto: Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem
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João Paulo em campanha na eleição de 2004, quando foi reeleito - Foto: Alexandre Belém/Acervo JC Imagem
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João Paulo em campanha na eleição de 2004, quando foi reeleito - Foto: Alexandre Belém/Acervo JC Imagem
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Lula esteve no Recife em 2004 para visitar obras federais e reforçar a campanha de João Paulo - Foto: Beto Figueiroa/Acervo JC Imagem

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