Companheira de chapa de Eduardo Campos em 2014 e candidata a presidente da República após a morte do pernambucano no mesmo ano, Marina Silva (Rede) falou neste domingo sobre a Operação Turbulência. A investigação apura um susposto esquema de corrupção envolvendo o avião que o ex-governador usou na campanha presidencial de dois anos atrás. Marina afirmou que não conhecia os donos da aeronave, que estão sendo investigados.
"Claro que não (conhecia os donos do avião). Quando fui apoiar Eduardo Campos, eu não tinha nenhuma relação com o processo anterior. A minha campanha foi uma outra campanha após a sua morte. Durante o período em que Eduardo estava vivo, eu não tinha qualquer ascendência sobre o contrato, e com certeza é responsabilidade do partido poder dar os esclarecimentos como ele vem procurando dar. A Justiça fará o seu trabalho", disse. Na época da eleição presidencial, Marina disputou a presidência pelo PSB.
Marina Silva afirmou que não tem nada a temer. "Estou muito tranquila em relação a tudo isso. Fui apoiar Eduardo Campos depois que negaram o registro da Rede em cima de um programa. As denúncias que estão sendo feitas são o trabalho da Justiça. Devem ser feitas com toda isenção e assegurado o amplo direito de defesa para qualquer um", enfatizou.
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"Em primeiro lugar a gente tem que confiar no trabalho da Justiça. Nenhuma denúncia deve ser desqualificada a priori e nenhuma denúncia deve ser considerada como já sendo a verdade. A Justiça está fazendo o seu trabalho, é bom que faça com autonomia, independência e apoio da sociedade. Ninguém está acima da lei, nem Lula, nem FHC, nem Aécio e nem Marina. Eduardo infelizmente morreu e não está aqui para se defender", disse.
>> Discurso de Eduardo Campos é objeto de pesquisa na Universidade Católica de Pernambuco
De acordo com Marina, o trabalho feito pelo Ministério Público Federal é exemplar. "Encaro a política como um serviço. Estou há mas de 30 anos na vida pública e quem não deve não deve. Apoio integralmente o trabalho que está sendo feito pela Justiça. Acho que estão dando a maior contribuição para a nossa República. Na verdade, eles estão fazendo uma reforma política na prática. Se a gente desmontar todos os esquemas de corrupção que estão ficando comprovados pela Lava Jato e pelas outras operações que estão em curso, se a gente conseguir apoiar e aprovar as dez medidas (10 Medidas contra a Corrupção), vai ser um negócio interessante", afirmou.
AGENDA COM O PREFEITO
O domingo de Marina no Recife começou com um café da manhã com o governador Paulo Câmara (PSB), afilhado político de Eduardo Campos. Depois, ela participou de um ato de campanha em Olinda com Antônio Campos, irmão do ex-governador e candidato a prefeito da cidade. Em seguida, a ex-senadora gravou imagens para o guia eleitoral com o prefeito do Recife e candidato à reeleição, Geraldo Julio (PSB), também cria política de Eduardo.
As gravações de Marina e Geraldo foram realizadas às margens do Rio Capibaribe, local que abrigará o projeto Parque Capibaribe.
"Acho que tem um esforço muito grande que vem sendo feito ao longo desses quatro anos pelo prefeito Geraldo. Agora é a hora de se colocar à disposição para o debate com a sociedade do Recife e é por isso que estou aqui. Eu acredito que esse trabalho precisa ter continuidade, principalmente pelas mãos daqueles que estão priorizando juntar meio ambiente e desenvolvimento econômico, juntar inclusão social com mais geração de emprego, mais geração de renda, e eu sei que esse é o esforço do Geraldo", disse Marina.
Geraldo celebrou a participação de Marina na sua campanha. "Fico feliz por Marina ter vindo aqui apoiar nossa candidatura. Foi muito bom para a gente contar com ela aqui", declarou o prefeito.
