O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a decisão do Senado de manter a ex-presidente Dilma Rousseff habilitada para funções públicas pode abrir um precedente no julgamento da cassação do mandato do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), previsto para o próximo dia 12.
Segundo ele, caberia ao plenário decidir se o benefício a Cunha seria colocado em análise.
"Nas cassações é votado o parecer, então você vota sim ou não. Hoje, a decisão de Lewandowski abriu um precedente para que se vote uma proposição, o que significa votar um projeto de resolução em vez de votar o parecer", explicou disse Maia.
Conforme o parlamentar, se a decisão de Lewandowski no Senado for acatada na Câmara, mudaria o processo de cassação "de Eduardo e a de qualquer um outro que venha depois".
"Isso não está resolvido, pois a decisão foi no Senado e não na Câmara, mas devemos avaliar com cuidado, até porque uma sessão de um processo de impedimento presidido pelo presidente do STF tem uma força diferente de uma decisão estritamente política", afirmou o deputado.
ENTENDA A VOTAÇÃO
No Senado, a votação do impeachment de Dilma foi divido em duas partes. O minsitro do STF aceitou um destaque de senadores aliados à ex-presidente que permitiu votar primeiro a perda do cargo de presidente e, depois, a inabilitação para funções públicas. Dilma perdeu o cargo com um placar de 61 a 20, e manteve os direitos políticos porque não houve uma maioria de dois terços dos senadores a favor da punição.