MANIFESTAÇÃO

No Recife, Grito dos Excluídos pede 'Fora Temer' e queima caixão

Grito dos Excluídos reuniu candidatos às prefeituras do Recife e Olinda

Paulo Veras
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Paulo Veras
Publicado em 07/09/2016 às 14:49
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Grito dos Excluídos reuniu candidatos às prefeituras do Recife e Olinda - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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No Recife, entidades sindicais e pastorais populares aproveitaram o Grito dos Excluídos, nesta quarta-feira (7), para pedir a saída do novo presidente Michel Temer (PMDB). Um "caixão da democracia" foi queimado ao final do trajeto, que saiu da Praça do Derby e seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista, um dos principais corredores de ônibus da cidade, até a Praça da Independência, no Centro. O ato foi encerrado com hino nacional, um pai nosso e ciranda.

 

Segundo a Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), o ato reuniu mais de 50 mil pessoas. A Polícia Militar não divulgou o público presente, mas alguns policiais ouvidos pelo JC estimaram em 15 mil manifestantes.

Candidatos de esquerda à Prefeitura de Recife, como o ex-prefeito João Paulo (PT), o deputado estadual Edilson Silva (PSOL), e Pantleão (PCO) estiveram presentes. Também a deputada estadual Teresa Leitão (PT), que concorre em Olinda e o senador Humberto Costa (PT).

Pacífico, o ato foi marcado pelos gritos de "Fora Temer" e por músicas como "Apesar de Você", de Chico Buarque, e "O que é, o Que é?", de Gonzaguinha. Mascarados, um grupo muito pequeno de anarquistas punk chamava atenção na parte da frente da caminhada e houve quem parrasse os jovens para fazer selfies. Não houve qualquer tipo de confronto.

Pequenos atritos aconteceram apenas quando um grupo do exército passou pela manifestação, mas foram contornados com a ajuda do deputado federal Silvio Costa (PTdoB), fiel aliado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O filho dele, o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Silvio Costa Filho (PRB), também participou da manifestação.

"Os golpistas não terão um só minuto de sossego e de trégua", gritou o presidente da CUT-PE, Carlos Veras, que acusou o governo Michel Temer de querer privatizar a Petrobras, as universidades públicas e o Sistema Único de Saúde (SUS).

Em cartazes, os deputados pernambucanos que votaram a favor do impeachment eram chamados de "golpistas". Com uma lata de cerveja na mão, um sósia do ex-presidente Lula passou pela Conde da Boa Vista com uma mala em que a foto de Temer era seguida da frase "golpista traidor". O Supremo Tribunal Federal (STF) e a mídia também foram alvos de manifestações.

Dois trios elétricos animavam a militância, que levou bandeiras, cartazes e até o tradicional dragão do bloco Eu acho é pouco. Uma bandeira do Brasil ia a frente da multidão. À frente, um carro do BPTRAN orientava o tráfego no sentido contrário e pedia aos ônibus para seguirem pela faixa comum de carros na Conde da Boa Vista, a mais distante do público da manifestação.

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