O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, aproveitou um encontro com empresários no Recife nesta segunda-feira para tecer críticas à gestão Dilma Rousseff (PT). No encontro, que ainda teve a participação de outros três ministros, todos pernambucanos - Bruno Araújo (Cidades), Mendonça Filho (Educação) e Raul Jungmann (Defesa) - o filho do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) citou, sobretudo, a Petrobras e a Eletrobras e garantiu dar outro rumo a essas empresas estatais.
"A Petrobras estará na próxima segunda-feira (19) apresentando seu planejamento estratégico. Já tinha um plano de desinvestimento que vinha sendo tocado pelo governo anterior. Há o objetivo de desmobilizar ativos em torno de 15 bilhões de dólares. A Petrobras, de fato, agora, está dentro de uma lógica empresarial, onde ela decide o preço e a condução dos seus investimentos. A gente pode, em um horizonte que está aí projetado de três a cinco anos, devolver a empresa dentro de uma situação mais confortável", afirmou.
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De acordo com Fernando Filho, há uma grande preocupação da sociedade com a Petrobras, mas também é preciso um olhar para a Eletrobras.
"Fala-se muito da Petrobras, mas a situação da Eletrobras é mais difícil que a da Petrobras. Fizeram com a Eletrobras algo sem precedentes. Tivemos nos últimos quatro anos R$ 32 bilhões de prejuízo acumulado. Estamos fazendo um um ajuste, mas não porque mudou o governo e sim para manter a empresa viva, de pé. Em cada cinco funcionários da Eletrobras, um é gerente. A gente precisa dar um organizada nisso. A gente tem 23 mil funcionários dentro do sistema Eletrobras", afirmou.
EMARANHADO
No encontro com empresários, Fernando Filho discorreu sobre outra importante área de seu ministério e voltou a questionar ações tomadas pela gestão Dilma Rousseff.
"Na parte de energia elétrica, que consome 90% do ministério, a gente encontrou um setor extremamente emaranhado. A medida provisória 759 é o 11 de setembro do setor elétrico. Daí em diante as empresas públicas passaram por uma série de dificuldades, mais notadamente aqui a nossa Chesf, que passa por uma situação muito delicada. A gente tem feito o esforço de poder tentar reorganizar esse emaranhado. Hoje, nenhum dos elos da parte de energia vivem um bom momento. Antigamente, você tinha o pessoal da geração na melhor fase, o pessoal da distribuição em dificuldade. Hoje, quem está menos mal é a transmissão, mas mesmo assim passando por muita dificuldade", destacou.
O ministro informou que haverá novos leilões no setor. No dia 23 deste mês, será realizado um leilão para pequenas centrais hidrelétricas. "É mais do que vinha sendo feita na média", informou. No dia 28 de outubro, será a vez do leião na área de distribuição e para o dia 16 de dezembro está previsto um leilão de energia solar e eólica.
"Estamos em um cenário de sobrecontratação. Não podemos contratar indiscriminadamente, mas a gente vai contratar um percentual que, nas nossas contas, é um percentual que possa penalizar menos o pessoal da indústria de construção no caso desses equipamentos", disse.
INDÚSTRIA NAVAL
Na parte naval, ligada à Petrobras, Fernando Filho informou que está em contato com o ministério da Fazenda para renegociar benefícios tributários para quem traz equipamento estrangeiro.
"Eu, particularmente, tenho conversado com o pessoal da indústria naval. Temos que defender a indústria nacional, mas a gente não deve proteger demais a ponto dela não se tornar competitiva. No nosso modo de entender, a forma que estava feita até então é a forma equivocada. A gente cria uma proteção enorme no Brasil e as nossas empresas, não são todas, não conseguem competir com o mercado internacional", avaliou.