Governo federal

Ministros pernambucanos ressaltam que governo Temer é de 'transição'

Bruno Araújo, Fernando Filho, Mendonça Filho e Raul Jungmann falam a empresários que gestão peemedebista tem espaço de manobra delimitado

Franco Benites
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Publicado em 13/09/2016 às 14:08
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Bruno Araújo, Fernando Filho, Mendonça Filho e Raul Jungmann falam a empresários que gestão peemedebista tem espaço de manobra delimitado - FOTO: André Nery/JC Imagem
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Os quatro ministros pernambucanos do governo Michel Temer (PMDB) participaram nessa segunda-feira, no Recife, de um evento para discutir o futuro do Brasil e de Pernambuco com a atual gestão. Embora tenham chegado ao local da palestra separadamente, Bruno Araújo (Cidades), Fernando Filho (Minas e Energia), Mendonça Filho (Educação) e Raul Jungmann (Defesa) mostraram sintonia no discurso. No dia em que o peemdebista completou quatro meses à frente do País - a maior parte como interino - os ministros afirmaram que encontraram “terra arrasada” em suas pastas e sinalizaram que a atual administração tem metas realistas.

“Existem duas tarefas para o governo: retirar a economia da depressão e entregar o País normalizado para as eleições de 2018. Exigir mais do que isso é ignorar as origens do governo”, afirmou Raul Jungmann. A avaliação de Bruno Araújo foi semelhante. “É um governo que vai ter que fazer essa transição do País de forma firme e segura para as eleições de 2018”, enfatizou.

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Bruno Aráujo disse que saneou dívidas deixas pela gestão Dilma Rousseff (PT) com pouco mais de cem dias no ministério. “Encontramos em toda a esplanada a absoluta destruição da governança. Havia dívidas em relação aos construtores de programa importantes. Hoje não devemos um único real a nenhum construtor do Minha Casa, Minha Vida”, disse.

Mendonça Filho declarou que Temer assumiu um “País quebrado”. “A gente herdou um quadro de dívidas que é astronômico. Só de compromissos assumidos no ministério da Educação, com o FNDE, tenho um passivo assumido de R$ 10,6 bilhões”, pontuou. O ministro também disse que recebeu a pasta com um orçamento reduzido em cerca de R$ 6,4 bilhões. “Inviabilizaria todos os programas do ministério. Pedi para repor R$ 4,7 bilhões para que tivesse o mínimo de fôlego para levar adiante os compromissos”, informou.

A análise feita por Fernando Filho não foi menos severa. “Fala-se muito da Petrobras, mas a situação da Eletrobras é mais difícil que a da Petrobras. Fizeram com a Eletrobras algo sem precedentes. Tivemos nos últimos quatro anos R$ 32 bilhões de prejuízo acumulado. Na parte de energia elétrica a gente encontrou um setor extremamente emaranhado”, avaliou.

FUTURO

Os discursos dos ministros não foram apenas sobre o passado. Bruno Araújo disse que o primeiro programa social do governo Temer, o Cartão Reforma, sai do papel em 2017. “Terá recursos asssegurados de R$ 500 milhões. São 100 mil cartões para 2017, que vão atender à população que mora em uma habitação precária”, informou. Mendonça disse que vai batalhar pela reforma do ensino médio e criticou os opositores. “Todos os programas de êxito do ministério foram preservados, apesar da rede de boataria que enfrento quase diariamente. Falavam que iríamos acabar o Prouni, e foi até ampliado. Teve a boataria que se encerraria o Fies e ofertamos 75 mil vagas para este ano mesmo não tendo orçamento fixado pela gstão anterior”, apontou.

Raul Jungmann e Fernando Filho também mostraram otimismo com o saldo que será deixado por Temer. “A Petrobras agora está dentro de uma lógica empresarial. A gente pode, em um horizonte que está projetado de três a cinco anos, devolver a empresa dentro de uma situação mais confortável”, disse o ministro de Minas e Energia.

CAMPANHA ELEITORAL

Os ministros Bruno Aráujo, Fernando Filho, Mendonça Filho e Raul Jungmann não se alongaram muito sobre as eleições municipais. Com interesses político-partidários em todo o Estado, sobretudo no Recife e em Petrolina, eles trataram o assunto de forma protocolar, bem diferente da postura já vista em palanques durante a campanha eleitoral deste ano.

Aliado do deputado federal e candidato à prefeitura do Recife Daniel Coelho (PSDB), Bruno Araújo disse que participa de todos os eventos que a agenda permite e que o colega de partido acha necessário. Ele disse que tem encontrado tempo para visitar outras cidades além da capital pernambucana. “Tem sido duro, mas tenho feito nas últimas duas semanas de nove a dez municípios por final de semana”, afirmou.

Mendonça Filho foi mais econômico ao falar da campanha da deputada estadual Priscila Krause (DEM). A democrata caiu de 8% para 2% de acordo com a última pesquisa Datafolha, mas nem por isso a agenda do ministro da Educação deve mudar na tentativa de rever esse quadro. 

Outro interessado na disputa do Recife é Raul Jungmann, cujo partido, o PPS, apoia a reeleição do prefeito Geraldo Julio. Questionado sobre a disputa local, ele disse saber pouco. “Estive praticamente o último mês no Rio de Janeiro por conta da Olimpíada e agora tem a Paralimpíada. Não tenho tido tempo (de saber sobre as eleições). Mas agora a gente vai tomar um pouco de contato e quem sabe se integra mais ao quadro eleitoral”, explicou.

Irmão do deputado estadual Miguel Coelho (PSB), que disputa a prefeitura de Petrolina, Fernando Filho disse que o presidente Michel Temer (PMDB) pediu aos auxiliares para separarem a atuação no ministério da eleição e reclamou da falta de tempo em se engajar na campanha eleitoral do familiar e outros aliados. “Não podemos e nem devemos misturar as coisas”, assegurou.

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