O que Izabel Urquiza (PSDB), Ricardo Costa (PMDB), Antônio Campos (PSB), João Luís (SD) e Teresa Leitão (PT) têm em comum além de serem candidatos a prefeito de Olinda? A falta de gestão foi citada por eles como sendo o principal problema da cidade no debate realizado ontem à tarde pela Rádio Jornal com a mediação de Ednaldo Santos. A primeira pergunta feita aos sete candidatos presentes foi qual o principal problema da cidade.
Para o Professor Lupércio (SD), a saúde foi citada como o entrave mais sério. “falta remédio e a maternidade Brites de Albuquerque está fechada”, disse citando outros entraves. A candidata Luciana Santos (PCdoB) citou como principal problema “a manutenção, por causa da baixa receita”. A Marim dos Caetés é administrada há 16 anos pelo PCdoB. Luciana foi prefeita no período de 2000 a 2008, elegendo o seu sucessor, o atual prefeito, Renildo Calheiros.
“O problema é de governança. O orçamento é apertado, há ausência do poder público em áreas como manutenção, educação, saúde, entre outros”, afirmou Teresa Leitão. Até o candidato João Luis (PPS) – que foi secretário do prefeito Renildo Calheiros por dois anos – argumentou que o principal entrave da cidade “é o continuísmo exagerado, ruim para a democracia”, se referindo aos 16 anos do PCdo
Também no debate houve troca de farpas entre os candidatos, como Luciana Santos e Izabel Urquiza; Professor Lupércio e Antônio Campos. A primeira perguntou qual o legado que o grupo político de Izabel deixou à cidade. A mãe de Izabel, Jacilda Urquiza (então no PMDB), foi prefeita de Olinda entre 1996 e 1999. “Não tive cargo na gestão desse grupo, mas fizemos o projeto de embutimento da fiação, a saúde era melhor e o Programa de Saúde da Família (PSF) tinha médico e remédio”, contou Urquiza.
Quando Urquiza perguntou a Luciana porque a sua gestão não apresentou uma saúde de qualidade, Luciana respondeu que herdou da administração de Jacilda “três meses de salários atrasados, uma dívida de curto prazo que correspondia a quase um ano de receita, somente 35% dos professores eram concursados e o projeto de embutimento da fiação no sítio histórico foi feito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)”. Em outra pergunta, Luciana afirmou que Olinda perdeu a chance de ter recursos do Monumenta-BID – o qual financiava ações em cidades históricas – “devido à incompetência da gestão anterior”.
A Avenida Presidente Kennedy também foi tema de pergunta enviada pela ouvinte da Rádio Jornal Evanir Ferreira. O Professor Lupércio chegou a perguntar a Luciana se ela estava satisfeita com o estado da via. A deputada federal argumentou que a avenida precisa ser refeita porque ocorreram falhas na construção e há cinco pontos de alagamentos. O atual formato da Kennedy foi implantado na segunda administração de Renildo. Segundo o Professor Lupércio, foram gastos R$ 11 milhões na reconstrução dessa avenida.
Um dos momentos mais quentes do debate ficou entre os candidatos Antônio Campos (PSB) e Professor Lupércio (SD). O primeiro disse que o Professor Lupércio estava alinhado com as forças do PCdoB, o que fez o candidato do Solidariedade retrucar: “Uma vez o senhor (Antonio Campos) pediu que eu abrisse mão da minha candidatura, que o senhor colocaria a minha esposa como vice e daria 5 mil votos ao deputado Augusto Coutinho”, que também pertence ao Solidariedade.
Antônio Campos disse que a única candidata efetivamente convidada por ele e o PSB de Olinda foi Ceça Silva, vice-prefeita da sua chapa. Segundo Antônio, a conversa citada por Lupércio ocorreu no campo das ideias, com a intenção de fazer uma ampla frente de enfrentamento ao PCdoB em Olinda, antes da convenção, e em nenhum momento houve conversa sobre número de votos.
O candidato João Luís (PPS) também alfinetou o Professor Lupércio citando que sua prestação de contas como deputado estadual usou dados de empresa inexistente. Lupércio disse que isso não ocorreu. “Não faço política suja. Isso é um termômetro do meu crescimento. Mostro o que fiz e vou fazer no futuro”, rebateu o deputado.