Em terceiro lugar na disputa para prefeito do Recife, Daniel Coelho (PSDB) responsabilizou as pesquisas eleitorais e o “voto útil” como as causas dele ter ficado fora do segundo turno, disputado por Geraldo Julio (PSB) e João Paulo (PT). “Nesta eleição o anti-petismo se tornou o elemento mais forte. Fazendo até uma brincadeira, digo que a população está com um conceito de ‘primeiramente, fora PT’. Esse é o fato da rua e influenciou o resultado. As pessoas estavam muito mais preocupadas em não ter o PT no poder do que qualquer outro assunto”, afirmou.
Daniel sustentou a tese de que sua candidatura cresceu na reta final - a exemplo do que ocorreu em 2012, quando saiu da quarta para a segunda colocação. No entanto, o candidato destacou que as pesquisas divulgadas às vésperas da eleição minaram o seu projeto de se eleger prefeito do Recife ao levar o eleito ao “voto útil”.
“As pesquisas influenciaram o processo e erraram feio. A gente sabe que nesse momento a grande prioridade para a maioria das pessoas é não deixar o PT voltar ao poder. No momento em que se apresenta uma pesquisa com 13% de vantagem do candidato do PT para a gente, desmotiva as pessoas e elas terminaram votando em Geraldo. Houve uma forçada de barra para criar uma polarização que não existiu no intuito de fazer de Geraldo uma alternativa para derrotar o PT. Tudo para criar um ambiente do ‘voto útil’”, analisou.
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As críticas feitas ao PT e ao PSB durante a campaha foram respetidas. “Me sinto vitorioso, acho que fazer uma campanha como a gente fez contra as estruturas da política, contra todo poder econômico é uma grande vitória. Fizemos uma campanha honesta. Nossa campanha foi de ‘Caixa 1’, depositando mil reais na conta dos candidatos a vereador. Enquanto a gente viu a campanha deles aí fazendo boca de urna, comprando voto no dia. Tenho o maior orgulho porque fizemos três vereadores sem comprar voto. Fizemos três vereadores com votos legítimos”, disse.
Para Daniel, as candidaturas de Geraldo Julio e João Paulo representa “mais do mesmo” e sua plataforma era a legítima representação de uma mudança político-administrativa no Recife. “Falamos do futuro. Enquanto todo mundo ficava promento as coisas, falamos em fazer funcionar o que já existe. Não houve mais nada revolucionário do que isso. A gente vai ver agora no segundo turno que eles vão sair cada um prometendo tudo. Você vê a avenida Conde da Boa Vista... 16 anos. Um que fez a besteira diz que vai consertar. O outro passou quatro anos, não fez nada. Os dois agora dizem que vão fazer. Nós falamos a verdade, olhamos nos olhos e construímos a possibilidade de fazer política de forma decente.
Daniel acompanhou a apuração dos votos em casa e chegou ao comitê, localizado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, pouco depois das 20h. Lá, além de amigos e militantes, ele era esperado pelos pais e irmãos. Foi recebido com festa, agradeceu o apoio com abraços e conversas ao pés do ouvido e disse que não se sentia derrotado. “Me vitorioso”, declarou. Os pais de Daniel endossavam as declarações e diziam que só havia motivos para orgulho.
'PSDB AJUDOU'
No discurso, Daniel fez um agradecimento geral a familiares e amigos, mas não citou as lideranças políticas do PSDB. No entanto, o tucano garantiu que recebeu toda a ajuda possível do partido. “O partido apoiou e ajudou. Bruno (Bruno Aráujo, ministro das Cidades) foi extremamente presente. Aécio Neves (PSDB-MG) deu todo apoio político em diversos momentos. Me sinto vitorioso e só tenho a agradecer. O PSDB sai fortalecido. A gente fez um novo vereador e reelegeu André Régis”, afirmou.