análise

Coalizão e polarização são desafios para João Paulo

Cativar os eleitores de Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM) é tarefa de suma importância para o petista

Mariana Araújo
Cadastrado por
Mariana Araújo
Publicado em 03/10/2016 às 6:52
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Cativar os eleitores de Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM) é tarefa de suma importância para o petista - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Leitura:

A passagem de João Paulo para o segundo turno dá uma sobrevida e amplia a permanência do PT como um dos principais partidos com força política em Pernambuco. O petista agora tem pela frente o desafio de cativar os eleitores de Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM), que tendem, por ideologia política, a se aproximarem mais do PSB, partido opositor ao PT no plano nacional. Seguindo a linha ideológica de esquerda, João Paulo conseguiria a simpatia apenas dos eleitores do PSOL, cujo candidato, Edilson Silva, obteve apenas 2,1% dos votos.

Para o cientista político das faculdades Damas e Estácio, Elton Gomes, um dos pontos positivos de João Paulo foi ter conseguido se descolar da imagem no PT nacional. “Ele soube ficar numa posição de stand by, na Sudene, que foi um bunker, enquanto figuras do PT pernambucano, como Humberto Costa, estavam na tropa de choque da presidente Dilma. A estratégia de comunicação política de João Paulo é muito boa. Se a situação política fosse outra, ele chegaria muito mais competitivo”, avaliou.

Um dos pontos em que João Paulo pode se apoiar no segundo turno é o legado das suas gestões. “Ele pode se apoiar em cima daquilo que foi realização sua, no período em que foi prefeito, sobretudo nas medidas tomadas com vistas a apoiar quem vive nas periferias, nas encostas. É onde ele tem um capital político muito grande. Ele tem carisma, mas no momento atual não é suficiente. Outra coisa que precisaria é de uma coalizão melhor, mas que hoje é pequena”, declarou Elton Gomes.

DESAFIO

Na opinião do professor da Faculdade Damas e da Universidade Católica de Pernambuco, Thales de Castro, João Paulo enfrentará um desafio maior neste segundo turno porque o embate será diretamente com o seu único adversário, Geraldo Julio (PSB) e não polarizado com outros candidatos, como ocorreu na primeira etapa do pleito. “Será um desafio ainda maior porque haverá o cara a cara. No primeiro turno, tem uma pulverização de sete candidatos com quatro competitivos. No segundo turno, vai ter especificamente a dualidade PSB e PT mais firmemente associada às suas propostas, à sua dinâmica para o eleitor”, pontuou. 

Últimas notícias