O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), é apontado por alguns integrantes do PSB como uma importante aquisição para o partido. A ideia, segundo esses socialistas, é que o tucano pudesse mudar de legenda para disputar a presidência da República em 2018. No entanto, o gestor paulista negou que tenha interesse em trocar de sigla. "São só rumores", afirmou, após participar de um evento na área de saúde nesta quinta-feira no Recife.
Nos bastidores, avaliava-se que Alckmin poderia migrar de partido caso não conseguisse espaço no PSDB para disputar a presidência da República em 2018 já que há uma briga interna para ver quem ficará com a vaga. Além do governador de São Paulo, o ministro José Serra (SP) e o senador Aécio Neves (MG) buscam esse espaço.
O nome de Alckmin cresceu como possível candidato do PSDB após ele ter bancado a candidatura vitoriosa de João Dória (PSDB) a prefeito de São Paulo este ano. Além do mais, Aécio Neves, que teve um bom desempenho nas urnas em 2014 contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tem enfrentado problemas por ter o nome envolvido na Operação Lava Jato. Nesta quinta, no Recife, Alckmin defendeu a operação e elogiou o juiz Sérgio Moro.
Embora classifique como rumor a saída do PSDB para o PSB, Alckmin trata de elogiar os socialistas. Em São Paulo, os dois partidos são bem afinados. Inclusive, o vice do governador, Márcio França, é do PSB. Há uma expectativa que as legendas possam repetir a parceria vista no segundo turno da eleição 2014, quando Aécio Neves ganhou o apoio do PSB.
"Temos um quadro multipartário, pluripartidário. Ninguém faz nada sozinho. Você precisa ter boas alianças. Márcio França foi um grande aliado do governador Mário Covas (padrinho político de Alckmin, falecido em 2001). Sempre gostei do Eduardo Campos, um grande quatro, uma grande perda", disse.
Ao elogiar o PSB, Alckmin destacou que os socialistas tiveram vitórias importantes no Estado de São Paulo na eleição municipal deste ano. Em Pernambuco, no entanto, o clima entre as legendas não é totalmente pacífico. No Recife, Aécio Neves, que presidente o PSDB nacionalmente, deu o aval para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) tentar impedir a reeleição de Geraldo Julio (PSB).
O PSDB resolveu apoiar Geraldo após Daniel ficar fora do segundo turno - o socialista disputa contra o ex-prefeito João Paulo (PT), mas nenhum dirigente tucano em Pernambuco entrou na campanha do prefeito até agora.
"Cada partido tem sua história, seus quadros, suas aspirações legítimas. Ter pontes e conversas é importante ainda mais em quadro partidário tão fragmentado como é o quadro político brasileiro", minimiza Alckmin.
ALIANÇAS PONTUAIS
Nesta quinta-feira, Geraldo Alckmin participou de uma almoço com o governador Paulo Câmara (PSB) no Palácio do Campo das Princesas, mas a imprensa não teve acesso ao encontro. Embora alguns socialistas pernambucanos digam que o PSB está de portas abertas para o tucano, há um grupo que diz que a aproximação tem um limite.
Em reserva, um outros socialista procurou a reportagem do JC desmentiu esse interesse. A afirmação é de que o PSB tem bons quadros para disputar a presidência da República e que é impossível haver uma aliança entre o PSB e o PSDB no primeiro turno da eleição 2018 já que cada uma das legendas deverá ter seu candidato.
Esse mesmo socialista diz que a aliança entre PSDB e PSB foi circunstancial em 2014 já que os socialistas ficaram fora do segundo turno entre Dilma e Aécio. O dirigente também destaca que os apoios dos tucanos a Antônio Campos (PSB) em Olinda, e a Geraldo Julio, no Recife, são pontuais.
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