Um dos principais problemas do PT nesta eleição, a falta de recursos, assombra outra vez no segundo turno. O partido calcula que precisa de pelo menos mais R$ 1 milhão para fechar as contas da segunda etapa da eleição. Até agora, chegaram R$ 694,5 mil de doações da direção nacional do PT. João Paulo tem conversas constantes com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, sobre o envio de recursos. Uma ida do candidato neste fim de semana ou no início da próxima a São Paulo estava prevista, mas foi cancelada devido à reta final do pleito e a ausência do candidato não seria bem avaliada.
Para o PT, a eleição do Recife se tornou prioritária, já que é a única capital em que o partido disputa no País. Para garantir os recursos, João Paulo esteve em Brasília, onde se reuniu com a Executiva nacional da legenda, nos primeiros dias após o resultado do primeiro turno. Na época, foram transferidos R$ 200 mil. Na semana passada, representantes do PT-PE estiveram em São Paulo para reforçar o pedido. Foram enviados mais R$ 494,5 mil. Há a expectativa de que Rui Falcão dê nesta sexya (21) uma resposta sobre um novo depósito. São esperados mais R$ 500 mil.
O PRB, partido do candidato a vice Silvio Costa Filho, deverá enviar R$ 100 mil, mesmo valor depositado no primeiro semestre. No entanto, não está fechado. Os dois principais gastos são com produtora dos programas de rádio e televisão e material gráfico para distribuição.
ARRECADAÇÃO COM MILITÂNCIA
A campanha de arrecadação voluntária com a militância, lançada logo após o primeiro turno, não surtiu efeito. “A sociedade não está se envolvendo para doação pessoal como nos Estados Unidos. É a falta de costume e de conhecimento. De certa forma, o momento do País, de crise ética, todo mundo vendo muito dinheiro na Lava Jato, e acha que os partidos e os políticos vão ter dinheiro para a campanha. É por isso que, na nossa avaliação, não está tendo uma participação da sociedade”, diz um aliado de João Paulo em reserva.
No primeiro turno, foram arrecadados R$ 170,9 mil de pessoas físicas, dos quais cerca de R$ 150 mil partiram de aliados como o senador Humberto Costa (PT), o deputado Silvio Costa (PTdoB), do candidato e vice e do próprio candidato. Teoricamente, a coligação pode terminar a campanha com dívidas, pois a legislação permite que a prestação de contas seja enviada até o dia 19 de novembro para quem disputou o segundo turno.