PEC ESTADUAL

Governo de PE não vê necessidade de PEC do Teto de Gastos estadual

PSB de Pernambuco foi contra PEC do Teto de Gastos federal

Paulo Veras
Cadastrado por
Paulo Veras
Publicado em 25/11/2016 às 7:31
Foto: Rinaldo Marques/Alepe
PSB de Pernambuco foi contra PEC do Teto de Gastos federal - FOTO: Foto: Rinaldo Marques/Alepe
Leitura:

Apesar de o governo Michel Temer (PMDB) tentar articular a criação de PECs do Teto de Gasto estaduais, o Governo de Pernambuco trabalha com a hipótese de não precisar limitar o crescimento das próprias despesas à inflação. As PECs seriam contrapartidas para a União liberar R$ 5,3 bilhões da repatriação em socorro aos estados.

“A gente pode ter outros tipos de ajuste”, explicou o secretário da Fazenda, Marcelo Barros, que está à frente das negociações com a União. “A situação dos Estados não é igual. Esse é o xis da questão. Você tem um grupo de estados, e aí o exemplo infeliz é o Rio de Janeiro, que está numa situação de colapso; você tem o Rio Grande do Sul que também decretou calamidade financeira. E você tem outro conjunto de estados, do qual Pernambuco faz parte, que não. A gente tem conseguido manter o equilíbrio fiscal a despeito de um quadro recessivo. O tratamento não pode ser igual”, defendeu.

O tema é delicado para a gestão Paulo Câmara porque o PSB de Pernambuco articulou contra a PEC do Teto de Gastos nacional. O próprio governador defendeu que o debate deveria se pautar pela qualidade do gasto público; não por um teto. Apesar disso, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB-PE), deixou o cargo para captar votos pela medida na bancada socialista na Câmara.

A proposta do governo federal, que ainda não está fechada, é que os estados limitem o crescimento dos gastos por dez anos; excluindo as despesas de investimento. De acordo com Barros, Pernambuco já adota medidas de controle de gastos e cumpre outras exigências da União, como a criação de um fundo para incentivos fiscais. Segundo o secretário, Pernambuco não tem posição fechada sobre a proposta da PEC. Ele diz que o governador Paulo Câmara está liderando as discussões. Como o prazo para apresentação de projetos à Alepe já terminou, há dúvidas de como a mudança poderia ser aprovada e já valer para 2017.

O QUE PENSA A OPOSIÇÃO?

Para a deputada Priscila Krause (DEM), Pernambuco não tem feito o dever de casa como deveria e o governo evita reduzir a máquina e cortar secretarias. “Pernambuco não é o pior de todos, mas está numa situação complicada e precisa tomar algumas medidas. Não adianta apenas ter o ajuste fiscal e não ter os cortes que precisa ou ter uma coisa mais consistente do ponto de vista de corte de estrutura. Essa é praticamente a única saída para o País, ter esse tipo de controle”, diz.

Presidente da Comissão de Educação da Alepe, Teresa Leitão (PT) critica o impacto de um congelamento dos gastos por dez anos. “Nós já tivemos nesse ano um orçamento bastante apertado”, argumenta. “Numa situação em que muita coisa já foi cortada e enxugada, a gente congelar por dez anos? Eu acho que a gente vai viver dias de muita polêmica. E uma relação muito conturbada. Já tem um monte de categoria em greve. Vão fazer mais greve ainda”, alerta.

Últimas notícias