A votação de medidas que pretendem combater a corrupção no Brasil continuaram repercutindo na Câmara dos Deputados após a primeira votação, realizada na madrugada dessa quarta (30). Outro assunto em alta também foi a questão de casos de abuso de autoridade cometidos pelo Poder Judiciário, incluído no pacote. Deputados da bancada pernambucana ouvidos pelo JC comentaram o assunto.
Para Betinho Gomes (PSDB), o momento é “absolutamente inoportuno” para tratar a questão do abuso de autoridade. “Temos tramitando uma PEC tratando do assunto. Esse seria o momento e não com as medidas. A opinião pública está muito sensível. Ao se tomar uma medida que é interpretada para coibir quem está investigando, é lógico que a opinião pública, que está a favor da investigação da Operação Lava Jato, começa a ficar contra o Congresso. Acho que a Câmara cometeu um equívoco”, disse o parlamentar, que votou contrário ao veto ao Judiciário.
Na opinião de Silvio Costa (PTdoB), a decisão tomada pelos parlamentares foi mal interpretada. “Não é verdade que a Câmara Federal trabalhou para estimular a corrupção, como estão divulgando. A Câmara adequou as propostas do Ministério Público ao Estado democrático de direito. Muitas das propostas atropelavam o artigo 5º da Constituição, que trata dos direitos e garantias individuais e coletivos”, argumentou. Silvio votou pela punição para o Judiciário e MP.
MEDIDAS QUE FICARAM
O líder em exercício do PSB, Tadeu Alencar, lembrou que foram aprovadas medidas que consideradas relevantes, corrupção como a criminalização do caixa 2, a transformação da corrupção em crime hediondo, o aumento de penas de diversos crimes. “As medidas que ficaram estão sendo minimizadas de uma maneira incompreensível”, disse. Na opinião do parlamentar, a questão do combate ao abuso de autoridade “é medida necessária para inibir os excessos de quaisquer autoridades, de qualquer dos poderes, em qualquer grau, inclusive aquelas oriundas de membros do Poder Judiciário e do Ministério Público”.
“Vamos fazer um debate isento e não uma versão histérica que sequer as pessoas conhecem o que foi aprovado. Não posso comungar da ideia no que diz respeito ao parlamento, de achar que todo mundo ali é indigno da confiança do povo”, acrescentou.