100 anos de Arraes

O futuro do PSB sem Arraes e Eduardo

Herdeiros biológicos de Miguel Arraes criticam distanciamento do partido das esquerdas

JC Online
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Publicado em 11/12/2016 às 9:20
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Herdeiros biológicos de Miguel Arraes criticam distanciamento do partido das esquerdas - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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A paraibana, ex-prefeita de São Paulo e atual deputada federal Luíza Erundina (PSOL), 81 anos, disse recentemente, em entrevista ao JC, que o PSB é hoje uma sigla distanciada de sua origem. Ela passou a integrar a sigla quando Miguel Arraes era o presidente. A crítica atual, após ter deixado o grupo, deveu-se principalmente à opção das atuais lideranças de apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Em âmbito local, os desentendimentos também se sucedem envolvendo herdeiros biológicos de Arraes e novos membros.

Única representante da família com mandato, a vereadora do Recife reeleita Marília Arraes (PT) diz que o nome do avô “não pode ser propriedade de uma família, de uma pessoa ou de um partido”. E critica: “O PSB que está aí não é partido de esquerda, que priorize formação ideológica. De socialista não tem nada. Não sabe nem de que lado está, só pragmaticamente para manter um projeto de poder. Não tem legitimidade para falar em nome de Arraes nem de se colocar como continuidade da luta dele”.

O advogado Antônio Campos, neto de Arraes, irmão de Eduardo Campos e candidato a prefeito de Olinda pelo PSB,  disparou críticas ao diretório estadual por falta de apoio. Afirma que o partido “precisa ser protagonista da história com uma importante contribuição, inspirada no legado de Arraes e outros líderes que o fundaram, recriando a nova esquerda nacional”.

Sileno ignora críticas e diz que não há como dissociar o PSB de Arraes

O presidente estadual do partido, Sileno Guedes, ignora as críticas e afirma por sua vez que “não há como dissociar o PSB da pessoa de doutor Miguel Arraes”. Segundo ele, a coerência, compromissos e defesa dos que mais precisam “continuam sendo diretrizes para as novas lideranças do PSB, foi assim com Eduardo Campos quando esteve à frente do governo de Pernambuco e é assim nas atuais gestões socialistas”. 

Para o cientista político Túlio Velho Barreto, da Fundaj, o PSB tem se colocado em condição subalterna a grupos mais conservadores. E os herdeiros biológicos de Arraes não representam continuidade dele, em razão das novas influências e concepções, inclusive Eduardo Campos, que morreu precocemente e entrou na política com a ajuda do avô.

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