Defensor da PEC que cria um teto para o aumento dos gastos da União por 20 anos, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) acredita que a medida só terá efetividade com a aprovação da reforma da Previdência. Em entrevista à Rádio Jornal, o petebista lembrou que boa parte do aumento do gasto público corrente que ocorreu no Brasil está relacionado ao aumento do gasto com a previdência e com benefícios associados.
Armando defendeu a adoção de mecanismos para conter os gastos dos Estados, como critérios mais rigorosos para contabilizar o gasto com pessoal. “A Lei de Responsabilidade Fiscal está sendo burlada. Há despesa de pessoal que não aparece na rubrica de pessoal. Auxílios, penduricalhos que você não pode sequer ter transparência sobre isso porque não são contabilizados de maneira rigorosa.”
Leia Também
- 'Toda autoridade abusiva deve ser alcançada', diz Armando Monteiro
- Não estou preso ao PT, tenho absoluta autonomia, diz Armando Monteiro Neto
- De olho em 2018, Armando Monteiro sinaliza apoio a prefeitos eleitos em Pernambuco
- Senador Armando Monteiro diz que governador Paulo Câmara não sabe articular projetos para Pernambuco
- De olho em 2018, Armando Monteiro ensaia aproximação com PSDB e DEM
Ex-ministro de Dilma Rousseff (PT), mas flertando com o PSDB e o DEM no plano estadual, o senador afirmou não ver condições para uma alternativa como a saída do presidente Michel Temer (PMDB); salvo uma decisão judicial ou se o avanço da Operação Lava Jato deixar o governo completamente sem condições de governabilidade. Para Armando, Temer deve ser visto como “uma ponte ou uma pinguela” para o País, rumo as eleições de 2018.
Cobrado sobre a aliança com o PT no plano local, o petebista disse que foi fiel às próprias alianças, mas disse que o fato novo em Pernambuco é o fato de PSDB e DEM não estarem alinhados ao governo. O senador voltou a se colocar a disposição para debater um projeto alternativo ao do PSB.
OUÇA A ÍNTEGRA DA ENTREVISTA
Num gesto para os ministros das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), e da Educação, Mendonça Filho (DEM), Armando fez questão de ressaltar que o processo de aproximação não é um projeto pessoal e, apesar de se referir a si mesmo como alguém lembrado para disputar o governo, afirmou não saber se gosta muito.
Em tom duro, o senador criticou os “números alarmantes” da violência e a “falta de protagonismo” do governador Paulo Câmara (PSB) na segurança. “Quando um governo não pode prover a mínima segurança, o que mais se pode esperar desse governo?”, questionou.
O petebista também cobrou mais controle social e transparência dos gastos do Estado com as organizações sociais da saúde, as famosas OSs. No fim, elogiou os resultados positivos da educação estadual “para parecer que não estou só listando as coisas ruins”.