Participação feminina

Mulheres ocupam 261 cargos de vereadora em Pernambuco

No grupo, está a eleita de Cabrobó, a professora indígena Pretinha Truká, que teve registro reconhecido pelo TSE

Editoria de Política
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Publicado em 31/12/2016 às 9:33
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A lista de mulheres eleitas este ano em Pernambuco cresceu mais um pouco às vésperas da posse. A professora indígena Edilene Bezerra Pajeú (PV), 41, com votação suficiente para ocupar a décima das 13 vagas de vereador em Cabrobó, Sertão do São Francisco, conseguiu garantir, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o direito ao mandato, unindo-se às outras 260 escolhidas pelos pernambucanos e reconhecidas pela Justiça Eleitoral para as Câmaras Municipais. Será a única representante do sexo feminino a legislar na cidade.

Por unanimidade, a corte do TSE revisou a situação do registro de candidatura de Edilene, conhecida como Pretinha Truká e que tinha sido impugnada, a pedido do Ministério Público, por não ter se afastado da escola três meses antes das eleições. A última decisão do Supremo foi publicada antes do recesso. A diplomação está sendo providenciada.

“A defesa argumentou que ela não precisava se desincompatibilizar do cargo”, explica o advogado Luís Alberto Gallindo. As escolas indígenas integram a rede estadual de educação e Pretinha atua com contrato temporário, não é servidora concursada. Segundo ela, o pedido de afastamento chegou a ser feito no dia 1º de julho, três meses antes do primeiro turno. Mas a candidata só foi afastada pelo Estado 20 dias depois. “A assessoria jurídica da Secretaria Estadual de Educação alegava que eu não precisava me afastar”, defendia-se Pretinha. 

A nova vereadora vive na Ilha de Assunção, no Rio São Francisco, a 489 quilômetros do Recife, com os mais de cinco mil trukás. Tem formação em licenciatura intercultural indígena pela Universidade Federal de Pernambuco e é uma das lideranças de sua comunidade. A candidatura foi uma decisão do povo truká. 

O desafio de ser mulher e indígena no Legislativo

“Já é desafio grande um indígena se candidatar a um cargo político. Ser mulher, então, multiplica a dificuldade”, afirmou após as eleições, em entrevista ao JC. Na sua página, no Facebook, Edilene Pajeú comentou a conquista junto ao STF: “Não encontro palavras para descrever o que estou sentindo, foram lutas diárias, sofrimentos dolorosos... Mas, passou! Agora é retribuir o voto a mim confiado e afirmar a todos que representarei nosso povo indígena truká na Câmara Municipal de Cabrobó”.

Antes de Pretinha, Maria das Dores dos Santos, a cacique Dorinha Pankará (PP), em Carnaubeira da Penha, tornou-se vereadora em 2012. Concorreu mais uma vez este ano e ficou na suplência. Além das 261 vereadoras, Pernambuco tem 26 prefeitas eleitas em 2016. A posse delas está programada para o próximo domingo.

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