A visita do governador Paulo Câmara à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última terça-feira (1º), continua a repercutir no Edifício Governador Miguel Arraes de Alencar. No fim da sessão desta quarta-feira (2), quando o líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB), rebatia críticas ao Festival de Inverno de Garanhuns feitas por Priscila Krause (DEM), o deputado Joel da Harpa (PTN) afirmou que o colega foi “deselegante” durante a passagem do chefe do Executivo estadual pela casa. O socialista, por sua vez, não gostou do que ouviu e insinuou que existe um racha entre os integrantes da base de oposição.
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A confusão começou porque, inicialmente, apenas os líderes da base aliada e de oposição, além do governador, discursariam no plenário da Alepe durante a sessão que marcou a retomada dos trabalhos dos parlamentares após o recesso de julho. O deputado Edilson Silva (Psol), entretanto, solicitou ao presidente da casa, Guilherme Uchôa (PDT), um tempo de fala, que lhe foi concedido. O parlamentar só poderia falar, porém, depois de Paulo Câmara.
De acordo com Joel da Harpa, depois da fala do governador - que deixou o prédio em seguida -, Isaltino teria incentivado os deputados governistas a saírem do plenário, esvaziando o local. “Vossa excelência, como liderança do governo, tem pedido em vários momentos para que os deputados da base aliada se retirem do plenário, principalmente quando há deputados da oposição para fazer colocação na tribuna. Ontem o senhor foi muito deselegante. Eu mesmo percebi vossa excelência conversando com alguns deputados para se retirarem após a saída do governador, quando o deputado Edilson Silva ainda iria falar (...). Gostaria de pedir que o senhor não tivesse mais esse comportamento”, disse.
RESPOSTA
“Da ação da bancada de governo cuido eu”, rebateu Isaltino. O parlamentar ainda insinuou que Edilson pediu para usar a tribuna na terça-feira porque não concordou com o discurso de Silvio Costa Filho (PRB), líder da oposição na Alepe. “Vossa excelência deveria abrir um diálogo interno para entender essa disputa que há entre vocês e chegar a um consenso sobre como funciona a bancada de oposição (...). O que aconteceu ontem é que o deputado (Edilson) não se sentiu representado na fala do líder da oposição, então não cabe vir trazer aqui reprimenda e abordagens sobre como nós temos que nos conduzir”, cravou o socialista.
Sobre possíveis rachas dentro do grupo que lidera, Silvio Costa Filho afirmou que a bancada, “apesar de pequena, numericamente falando, tem procurado se manter unida, coesa”.