Ditadura Militar

Lançamento do relatório da Comissão da Verdade começa com 'Fora Temer'

Cristina Capistrano, em nome dos desaparecidos políticos da ditadura, falou da importância do lançamento do relatório no momento político atual

Editoria de Política
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Publicado em 25/09/2017 às 16:21
Vinicius Sales / Especial para o JC Imagem
Cristina Capistrano, em nome dos desaparecidos políticos da ditadura, falou da importância do lançamento do relatório no momento político atual - FOTO: Vinicius Sales / Especial para o JC Imagem
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No Lançamento do Relatório Final da Comissão Estadual da Memória e da Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) nesta segunda-feira (25) no Palácio do Campo das Princesas, a primeira pessoa a discursar, Maria Cristina Capistrano, representando as pessoas mortas e desaparecidos políticos no período da ditadura militar, iniciou sua fala puxando um grito de "Fora Temer", acompanhado pelas pessoas presentes no evento. 

"Primeiramente, eu gostaria de falar como em todos os teatros de 100 mil pessoas no Rock In Rio, fora Temer!", disse Cristina, que é filha do dirigente do PCB desaparecido em 1974, David Capistrano.

Instalada em Junho de 2012, pelo então governador Eduardo Campos, a CEMVDHC teve como missão evidenciar as violações de Direitos Humanas ocorridas entre 1946 e 1988 provocadas por perseguição política no estado de Pernambuco. Contando com mais de 800 páginas e dividido em dois volumes, o relatório colheu um total de de 157 depoimentos em 50 sessões públicas e 40 reservadas.

Cristina ressaltou o papel do relatório em trazer para o conhecimento da sociedade os fatos ocorridos durante esse período. "Mas lembrando que muitas dessas atrocidades que aconteceram nesse período anterior continuaram acontecendo com boa parte do nosso povo e continuam acontecendo até hoje e que o conhecimento das origens, a partir de 64, embora saibamos que essa posição do estado brasileiro diante dos seus opositores quase sempre esteve presente", contou. 

Respostas

Maria Cristina Capistrano conta ainda que, apesar de ter se esperado muito tempo para a conclusão do relatório, poucas respostas foram obtidas em relação aos desaparecidos políticos. "O que a gente pode ainda dizer é que continuamos cobrando do estado brasileiro uma resposta do que aconteceu com essas pessoas. Porque na maioria dos casos, não conseguimos chegar nem perto das respostas, muito menos dos restos mortais", afirmou Cristina. 

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