Uma quinta denúncia no âmbito da Operação Torrentes foi oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco nessa terça-feira (26). Desta vez, 13 pessoas, incluindo empresários e oficiais do Estado do Maranhão, foram denunciadas pelos crimes de corrupção ativa qualificada, corrupção passiva qualificada, tráfico de influência, peculato e lavagem de dinheiro.
Foram denunciados Ricardo José Padilha Carício, Rafaella Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha, Ítalo Henrique Silva Jaques, Taciana Santos Costa, Daniel Pereira da Costa Lucas, José Bezerra dos Santos, Carlos Roberto Souza Lima, Carlos Robério dos Santos, João Vanderley Costa Pereira, Manoel Henrique Santos Lima, Manoel Teixeira dos Santos, Rafael Lima de Araújo e Marcelo Martins Ribeiro. Todos eles estariam envolvidos no pagamento ou recebimento de vantagem indevida, resultando em um dano de aproximadamente R$ 12 milhões aos cofres públicos.
De acordo com o PPF, em Recife e em São Luís (MA), entre os anos de 2013 e 2014, os empresários Ricardo José Padilha Carício, Rafaella Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha, Ítalo Henrique Silva Jaques e Daniel Pereira da Costa Lucas pagaram mais de R$ 185 mil em vantagem indevida ao então comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, João Vanderley Costa Pereira. Além dele, também foram beneficiados Carlos Robério dos Santos, secretário-executivo de Defesa Civil do mesmo estado, e Manoel Henrique Santos Lima, assessor jurídico.
O valor teria sido pago em troca da contratação, por meio da adesão de duas atas de registro de preços firmadas pela Casa Militar do Estado de Pernambuco, da empresa FJW da Cunha Filho Alimentos, administrada por Ricardo Padilha, Rafaela Carrazzone e Italo Jaques. A empresa seria responsável pelo fornecimento de filtros de água e cestas básicas. José Bezerra dos Santos e Carlos Roberto de Souza Lima foram os responsáveis por solicitar a vantagem. O comandante João Vanderley contou com o auxílio de Manoel Teixeira, Manoel Henrique Santos, Rafael Lima de Araújo e Marcelo Martins Ribeiro para a contratação e recebimento do dinheiro.
Nas investigações foi constatado que foram realizados pagamentos pela compra de 116.181 filtros e 65.000 cestas básicas. Desse total, apenas 54.501 filtros e 11.930 cestas foram entregues. Do valor gasto, R$ 7,2 milhões foi desviado para os administradores da FJW da Cunha Filho Alimentos.
Com o intuito de esconder a origem ilícita do dinheiro, o grupo acertou que o pagamento seria realizado por meio da conta de Daniel Pereira, e não pela conta da empresa. Para o recebimento, foram utilizadas a conta bancária de Manoel Henrique e de uma terceira pessoa, que repassaria o dinheiro a João Vanderley.
Penas
Caso seja provada a participação, os denunciados poderão cumprir penas que somadas chegam a 162 anos de prisão. Eles também poderão ser condenados a pagar multa, ressarcir o dinheiro as contas públicas e correm o risco de perder os cargos públicos ou o direito à aposentadoria, no caso dos oficiais.