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Em meio a dificuldades, Refinaria Abreu e Lima faz 4 anos

Refinaria contribuiu para diversificar o parque industrial do Estado

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 02/12/2018 às 10:21
HEUDES REGIS/ACERVO JC IMAGEM
A Refinaria Abreu e Lima está localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape - FOTO: HEUDES REGIS/ACERVO JC IMAGEM
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A Refinaria Abreu e Lima (Rnest) completa quatro anos de atuação em Pernambuco contribuindo para diversificar o parque industrial do Estado, dinamizar a balança comercial e turbinar a movimentação de cargas do Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca. Décima quinta refinaria construída pela Petrobras no Brasil e a primeira após 34 anos sem construir um novo empreendimento do setor, a Rnest custou caro e ficou pela metade. Os US$ 20 bilhões investidos pela petrolífera só foram suficientes para deixar o primeiro trem de pé e as denúncias de corrupção envolvendo o projeto não param de aparecer. Com um plano de desinvestimento em curso e sem interesse em concluir o negócio sozinha, a Petrobras espera que seja desatado o nó na Justiça que impede a continuidade do processo de venda de ativos na área de refino pela companhia.

“É inegável a importância de ter uma refinaria na matriz industrial do Estado, mas a Rnest acabou não atingindo seu potencial de produção nem de efeitos na economia de Pernambuco. Um empreendimento desse porte poderia ter um impacto muito maior, estimulando a chegada de outras indústrias da cadeia produtiva. Temos no Estado uma série de indústrias que dependem de insumos derivados do petróleo e da petroquímica. E também temos uma indústria petroquímica em Suape, mas essa cadeia não se desenvolveu”, observa o coordenador do Departamento de Economia da UniFBV Wyden, Antonio Pessoa.

Inaugurada em dezembro de 2014, a Abreu e Lima foi projetada para processar 230 mil barris de petróleo por dia. Sem a construção do segundo trem de refino, essa capacidade fica limitada a 115 mil barris. Em função do não cumprimento de alguns compromissos ambientais, esse patamar foi reduzido a 100 mil barris por dia.

A unidade foi construída para suprir o déficit de diesel do Nordeste e reduzir as importações, mas não é isso que tem acontecido. De janeiro a outubro deste ano, a Petrobras importou US$ 710,1 milhões em óleo diesel, registrando crescimento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2017. De acordo com a Petrobras, o diesel S-10 responde por 65% do petróleo processado pela refinaria. O diesel produzido pela Rnest também segue para o mercado internacional, contribuindo para movimentar a balança comercial do Estado, como o principal produto da corrente de comércio (importação mais exportação).

SUAPE

“Desde que começou a operar, a Abreu e Lima tem uma grande importância para Suape. Hoje, das 23 milhões de toneladas movimentadas no porto, 13 milhões são provenientes da refinaria, seja o petróleo bruto ou os derivados. O empreendimento reforça a vocação do complexo como movimentador de granéis líquidos (combustíveis e óleos)”, diz o presidente de Suape, Carlos Vilar, lembrando que 76% da movimentação do porto é desse tipo de carga. “A expectativa é de que com o próximo governo seja definido um posicionamento para a Petrobras e ela possa continuar o processo de busca de um parceiro investidor para a Rnest”, complementa Vilar.

Em abril deste ano, a Petrobras lançou processo de parceria no refino com interesse de alienar 60% das refinarias Abreu e Lima e Landulpho Alves (BA). A empresa chegou a anunciar que surgiram investidores interessados nos negócios, mas em julho o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, suspendeu os processos, questionando dispositivos da Lei das Estatais. De lá para cá o processo continua parado. “A companhia está avaliando medidas cabíveis em prol dos seus interesses e de seus investidores e reforça a importância do Programa de Parcerias e Desinvestimentos para a redução do seu nível de endividamento e geração de valor através da gestão de portfólio, em linha com seu Plano Estratégico e Plano de Negócios e Gestão 2018-2022”, informa a empresa.

A expectativa do mercado é que a entrada de novos investidores possam alavancar a refinaria, assim como aconteceu com a PetroquímicaSuape, que também pertencia à Petrobras, mas foi vendida ao grupo mexicano Alpek – um dos principais players mundiais do setor – e vem aumentando a produção e se consolidando como uma das principais indústrias do Complexo de Suape.

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