INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL II

TRE-PE vai implementar iniciativas usando inteligência artificial

As iniciativas vão desde o atendimento ao usuário até auxiliar o magistrado com uma grande quantidade de informações sobre processos parecidos

Angela Fernanda Belfort de Araújo
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Angela Fernanda Belfort de Araújo
Publicado em 28/07/2019 às 8:29
Foto: Bianca Souza/ JC Imagem
As iniciativas vão desde o atendimento ao usuário até auxiliar o magistrado com uma grande quantidade de informações sobre processos parecidos - FOTO: Foto: Bianca Souza/ JC Imagem
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A inteligência artificial (IA) vai mudar a rotina de algumas atividade no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) indo desde o atendimento ao eleitor, passando pela prestação de contas dos políticos e até ajudar a decisão de um juiz mostrando o que ocorreu com processos parecidos. “O atendimento ao eleitor por voz está sendo implantado e deve ficar pronto em setembro”, diz o secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação da instituição, George Maciel. A intenção é ter um robô que atenda aos usuários em vários canais diferentes, – por telefone ou nas redes sociais– , como já fazem alguns robôs de lojas e bancos.

São vários os motivos que levam o TRE a apostar na inteligência artificial. “Não temos servidores suficiente. São mais de 6 milhões de eleitores em Pernambuco e também há a Emenda (Constitucional) 95”, explica George. A EC 95 fixou um teto para os gastos públicos limitando a contratação de pessoal. Ele argumenta também que há uma tendência de que os atendimentos ocorram nas 24 horas do dia e que, nesse caso, é mais simples ser feito por robôs.

CONTAS

As técnicas de IA serão aplicadas na análise das prestações de contas apresentadas pelos políticos ao TRE-PE na próxima campanha eleitoral de 2020. “Isso vai trazer mais precisão, interligando as informações com outras similares existentes em outros órgãos, como a Receita Federal, Polícia Federal, entre outros”, resume George.

E, no julgamento dos processos, ele argumenta que a IA pode “vasculhar” toda a jurisprudência sobre um determinado assunto, mostrando tendências que podem ajudar o magistrado a decidir mais rápido.

Para dar suporte ao uso das novas tecnologias, o TRE está implantando um novo data center no qual serão empregados R$ 6 milhões em obras de infraestrutura, máquinas para armazenamento de dados, gerador, entre outras coisas. “Tudo isso só foi possível porque a direção do tribunal entende que o uso da tecnologia vai auxiliar os servidores e os juízes, resultando numa justiça mais célere”, comenta ele, que fez o seu mestrado em design usando a Domótica, um termo usado na robótica que prevê a integração de mecanismos automatizados que simplifiquem a vida das pessoas.

Ele cita o filósofo sueco Nick Bostrom que escreveu o livro “Superinteligência: Caminhos, Perigos, Estratégias de como Lidar com a IA”. A publicação alcançou muito sucesso e alguns a consideram uma crítica ao desenvolvimento da IA que, se continuar no atual ritmo, pode resultar em máquinas mais inteligentes do que os humanos a partir de 2070. George se dedica há mais de duas décadas a implantar sistemas de informática na Justiça. Em 1996, implantou o que seria a base da informática do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). “O que a gente defende é que a tecnologia deve ser usada para trazer bem estar ao ser humano, incluindo a inteligência artificial. Não vai substituir as pessoas, mas auxiliar nas mais diversas tarefas”, conta. 

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