Durante ato de lançamento da chapa Força Militante para as eleições internas do PT, ocorrido nesta quinta-feira (22), integrantes do grupo pregaram o resgate do protagonismo da sigla e subiram o tom contra a aliança formada no Estado com o PSB. A chapa, que vai disputar a presidência dos diretórios municipais e estaduais no processo de eleição interna (PED), é composta por nomes como os da deputada federal Marília Arraes (PT) e a deputada estadual Teresa Leitão (PT) e reproduz o movimento político formado nas eleições de 2018 pela candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco, que acabou sendo rifada. O grupo tem ainda o apoio de integrantes das tendências Articulação de Esquerda (AE), Coletivo PT Militante, Democracia Socialista, Esquerda Popular Socialista, Resistência Socialista e Tribo.
Teresa Leitão lembrou que a chapa lançada nasceu da tese da candidatura própria nas eleições de 2018. "A gente tem que estar muito convicto do que foi necessário fazer naquele momento, porque a tese da aliança nacional, daquela invenção de neutralidade foi o que levou a aquele desfecho que foi um desfecho melancólico para todos nós aqui do Estado", afirmou a parlamentar.
Na época, três pré-candidaturas se formaram: a de Marília, do dirigente José de Oliveira e do ex-prefeito de Petrolina Odacy Amorim (PT). Marília Arraes recebeu o maior número de votos no Congresso Estadual da sigla, mas após um acordo no âmbito nacional em que o PSB adotaria posição de neutralidade nas eleições presidenciais, o PT-PE apoiou a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Humberto Costa, que também tentava a reeleição, integrou a chapa majoritária.
"Aquela força recuou naquele momento por uma intervenção em nome de uma aliança maior, que não sei o que resultou concretamente para o nosso candidato Haddad, mas sei o que resultou para eleger o governador de Pernambuco. Sem nós, quando eu digo nós, digo o PT, sem o PT ele não se elegeria", disparou Teresa. "Quem vai para uma aliança de cabeça baixa já entra na aliança perdendo, recuado, sem condições de optar, opinar, de ser protagonista. Vai ganhar uma secretaria e fim de papo", completou a deputada.
"Não adianta ter um PT que fortalece quem é sabotador, quem está hoje no nosso lado e mais adiante quando for conveniente vai estar do lado de lá, e hoje nós temos provas disso. Pernambuco em 2018 foi o centro das discussões das eleições nacionais do PT e de muitos outros", afirmou Marília Arraes (PT) em seu discurso.
Marília defendeu a renovação do PT a partir das suas bases. "Não adianta ser um PT que tome decisões em gabinete baseado em aliança que foi feita porque vai ser mais fácil eleger fulano e aqui é importante eleger beltrano porque é amigo de num sei quem, não adianta porque esse PT não serve para mudar o Brasil", completou. Ela afirmou que não pode existir um projeto para as eleições presidenciais de 2022 sem passar pelo pleito municipal em 2020. "Por um PT forte em 2020 seja nas capitais, nas cidades com mais de 200 mil eleitores, naquela cidade de 10 mil eleitores", afirmou Marília.
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Grupo
Atual presidente do PT-PE, tendo assumido após a renúncia de Bruno Ribeiro, Glaucus Lima, defendeu que o PT não deve estar centrado apenas nas eleições, "mas que tenha a capacidade articular as ações institucionais com ação de luta nas ruas". "Não podemos mais correr o risco de colocar o PT como um partido submisso a outros interesses, a outros governos e a outros partidos políticos", afirmou.
Em seu discurso, o ex-vereador do Recife Múcio Magalhães (PT) disse que o PT estava "muito fraco" e que é preciso um novo partido "que saia dos conchavos". "Derrotar o Brasil é central para os norte americanos e seus aliados e eles conseguiram infelizmente com forças que se dizem de esquerda como o PSB de Pernambuco. A situação que nós vivemos hoje no Brasil tem responsáveis e diferente de algumas lideranças do PT nacional, principalmente um que é pernambucano que vive falando em virar a página, nós não queremos virar a página do golpe, nós queremos combater e derrotar o golpe", afirmou o petista.