TERCEIRA VIA À VISTA

'Príncipe' e deputada ligados a Bolsonaro lançam no Recife movimento que pode gerar candidato à prefeitura

Os deputados federais Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP) participaram do lançamento do Instituto Dom Pedro II, nesta sexta-feira (15)

Editoria de Política
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Publicado em 15/11/2019 às 22:14
Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Longe dos tradicionais grupos políticos do Estado, está crescendo um grupo que poderá ser a terceira via na eleição do próximo ano com uma ideologia que é a mesma do atual presidente da República: a defesa de uma economia liberal e dos costumes ultraconservadores. “As prefeituras são importantes, e têm que ser resgatadas as prefeituras de Pernambuco”, disse nesta sexta-feira (15) o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), que considera esse o primeiro passo para a expansão do projeto de poder da direita no País.

Ele proferiu uma palestra para cerca de 500 pessoas – segundo os organizadores – no lançamento do Instituto Dom Pedro II, que ocorreu na sede da Associação Comercial de Pernambuco, no Bairro do Recife.

O parlamentar é chamado de “príncipe” por ser descendente da família imperial do País. Segundo ele, ainda não dá para saber se o Aliança Pelo Brasil conseguirá ter candidatos a prefeito no próximo ano. A nova legenda será criada pela família do atual presidente da República, que anunciou a sua saída do PSL – partido pelo qual se elegeu – depois de desentendimentos públicos entre o chefe do Executivo e e o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), presidente da sigla. “Se o partido for rápido, teremos candidatos. Caso contrário, podem surgir apoios a outros candidatos”, disse, em entrevista coletiva.

Esta semana, foi divulgado que o “príncipe” não fora escolhido como o vice-presidente de Jair Bolsonaro, na campanha do ano passado, porque o advogado Gustavo Bebianno (PSDB-RJ) – na época braço direito de Bolsonaro – supostamente mostrara um dossiê com fotos de Luiz Philippe envolvido numa orgia. Bebiano também o acusou de ter tratado mal um morador de rua. “Não tenho interesse em ressuscitar essa história. É uma história vencida. Não me sinto ofendido por nada do que aconteceu. É natural num sistema que faz desinformação. Se não há nada contra aquela pessoa, se inventa uma história”, contou Luiz Philippe.
Mas seguiu falando do tema. “Foi uma conspiração do último minuto. Ele (Bebianno) sabia que no domingo era o último dia legalmente para a decisão (sobre a vice-presidência), e aí desinformaram o presidente, que optou pelo Mourão (Hamilton – PRTB). Foi só uma dinâmica conspiratória que me tirou do cargo de vice-presidente.”

O evento contou com palestras do presidente da Embratur, Gilson Machado Neto (PE), e da deputada federal Carla Zambelli (SP), ambos do PSL. Entre eles, o príncipe foi o mais aplaudido e aproveitou o evento para fazer o lançamento do livro Por Que o Brasil é um País Atrasado?, de sua autoria.

Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) palestrou no evento - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Cerca de 500 pessoas foram ao lançamento do Instituto Dom Pedro II - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Evento aconteceu nesta sexta-feira (15), na sede da Associação Comercial de Pernambuco - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Evento contou com palestra do presidente da Embratur, Gilson Machado Neto - Foto: Filipe Jordão/JC Imagem

Entrevista ao Resenha Política

Em entrevista ao Resenha Política, da TV JC, na manhã desta sexta-feira (15), Luiz Philippe afirmou que não há o que comemorar neste 15 de novembro e sugeriu a revogação do feriado da Proclamação da República. “Quem sabe, quando tivermos a consciência ampla de que isso foi um golpe de Estado prejudicial à estabilidade política do Brasil, a gente revogue esse feriado”, argumentou. Ele considera que houve “um golpe” com a proclamação da República, versão que também é compartilhada por vários historiadores.

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