opinião

Igor Maciel: Cotado para o Recife, Joaquim Francisco é 'conselheiro' de Bolsonaro no Nordeste

Pouca gente sabe, porque os movimentos foram sempre muito discretos. Ex-governador vem atuando como uma espécie de conselheiro para assuntos sobre o Nordeste já há alguns meses

Igor Maciel da coluna Pinga-Fogo
Cadastrado por
Igor Maciel
da coluna Pinga-Fogo
Publicado em 13/01/2020 às 13:37
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem e AFP
Pouca gente sabe, porque os movimentos foram sempre muito discretos. Ex-governador vem atuando como uma espécie de conselheiro para assuntos sobre o Nordeste já há alguns meses - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem e AFP
Leitura:

Igor Maciel*

A eleição no Recife é uma das prioridades de Bolsonaro. Ele já anunciou isso em entrevista recente. Junto com Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, a capital pernambucana foi citada mais de uma vez pelo presidente. O que se sabe é que as prioridades de Bolsonaro, antes de serem uma estratégia geográfica ou de ocupação política, tratam-se de lugares onde ele já tem candidatos definidos, ao menos na própria cabeça. Outro problema é que todas as opções que surgem dependem de definições partidárias.

No Recife, por exemplo, as opções são amplas. Joaquim Francisco (PSDB), que teve o nome incluído nesse grupo, é uma delas. Pouca gente sabe, porque os movimentos foram sempre muito discretos, mas o ex-governador tem ido a Brasília para conversar com Bolsonaro em momentos pontuais. Ele vem atuando como uma espécie de conselheiro para assuntos sobre o Nordeste já há alguns meses. De perfil conservador, o pernambucano agrada bastante, mas não é o único cotado.

A prioridade ainda é Gilson Machado, presidente da Embratur. Por ser muito próximo do presidente, é o preferido. E também por ser da confiança de Bolsonaro pode não ser candidato, se o presidente não quiser perder o auxiliar. O problema para Gilson é o partido. Ele saiu do PSL e assinou a ficha do Aliança pelo Brasil. O partido ainda não existe e, provavelmente, não vai existir em tempo hábil para a disputa. Caso insista em ser candidato, Gilson terá que procurar sigla até o mês de abril.

Joaquim Francisco dependeria do próprio partido também. O PSDB hoje é comandado por Bruno Araújo que é ligado a João Doria, que virou adversário ferrenho de Bolsonaro ao indicar que pretende ser candidato ao Executivo Federal. Se o PSDB quiser impedir a candidatura no Recife ou se o Presidente da República não confiar nos tucanos, Joaquim teria que sair do PSDB e também procurar outra sigla. Mas, qual?

Bolsonaro costuma fazer pouco caso dos partidos políticos e dizer que eles não têm importância, tanto que mudou de casa oito vezes desde 1988, mas a lei eleitoral diz outra coisa e o destino dos aliados, pelo jeito, também.

*Igor Maciel é colunista do Jornal do Commercio

Leia mais comentários de Igor Maciel:

Ricardo Coutinho vai da Kombi no início da carreira à prisão

Vereadores do Recife fizeram de tudo para que aumento do salário passasse despercebido

Em Pernambuco, a culpa de tudo é de Temer e de Bolsonaro

Bolsonaro tem que decidir se Moro faz bem ou é ameaça política

PSB faz o que sempre criticou, a reforma da Previdência e o teto dos gastos

Últimas notícias