SAÚDE

Psoríase esmiuçada

Pela primeira vez, o retrato da doença no País é traçado. Pesquisa revela a condição frágil dos brasileiros que convivem com a enfermidade, que pode estar associada à diabete, obesidade e hipertensão

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 02/11/2013 às 13:00
Dani Neves/JC Imagem
Pela primeira vez, o retrato da doença no País é traçado. Pesquisa revela a condição frágil dos brasileiros que convivem com a enfermidade, que pode estar associada à diabete, obesidade e hipertensão - FOTO: Dani Neves/JC Imagem
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A pele é o carro-chefe da psoríase, doença inflamatória cuja pior consequência é a baixa autoestima, que geralmente torna o terreno fértil para o aparecimento de vários outros problemas que colocam em desarmonia a saúde mental, como a depressão, a ansiedade e o alcoolismo. Como se tudo isso não bastasse, essa doença de pele caracterizada por lesões avermelhadas e descamativas pode ganhar a companhia de outros problemas, como sobrepeso e obesidade, hipertensão, colesterol alto e artrite – enfermidade que compromete as articulações.

Mas poucas pessoas sabem sobre esse universo tão multifacetado da psoríase. O reflexo dessa constatação aconteceu no último dia 29, quando todo o Brasil se voltou para ações alusivas ao Dia Mundial da Psoríase. Aqui pelo Recife, mais de 300 pessoas passaram por um posto de atendimento montado no Parque da Jaqueira. Muitas estavam ansiosas para conhecer o que está por trás das lesões que impactam negativamente a qualidade de vida.

O lado bom desse enredo é que agora os dermatologistas e reumatologistas estão mais capacitados para orientar a população sobre a doença. Até pouco tempo, os médicos não sabiam o suficiente para conscientizar sobre uma enfermidade que, vira e mexe, parece se revoltar contra o sistema imunológico dos pacientes.

Recentemente, foram apresentados em São Paulo os resultados parciais de um estudo que, pela primeira vez, traça o retrato da psoríase no País. Chamada de Appisot, a pesquisa não deixa dúvidas sobre a condição frágil dos brasileiros que convivem com as formas moderada e avançada da doença.

“O levantamento revela que 70% dos pacientes possuem, pelo menos, alguma outra condição de saúde, como excesso de peso, hipertensão e diabete”, diz o dermatologista Ricardo Romiti, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP). Foi ele quem esmiuçou, na capital paulista, diferentes aspectos do estudo. “Várias dessas outras doenças aparecem devido à inflamação da própria psoríase na forma grave.”

Conforta saber que o tratamento avançou no mesmo patamar em que se aumentou o conhecimento sobre a enfermidade. "Temos a missão de oferecer alternativas capazes de manter a psoríase sob controle, a ponto de não interferir tanto na capacidade produtiva do paciente", assegura o dermatologista Emerson de Andrade Lima, coordenador do Ambulatório de Psoríase e Artrite Psoriásica do Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE).

De fato, graças a terapêuticas certeiras, as lesões passaram a ser controladas, o que presenteia os pacientes com uma boa qualidade de vida.

Leia a matéria completa no caderno Arrecifes deste domingo (3/11)

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