Fast food

Angus chega ao Mc Donald´s

Carne nobre é popularizada na rede

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 10/08/2012 às 12:06
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Símbolo contemporâneo máximo para adoradores de carne, o bife obtido a partir de cortes da raça Angus desembarcou há alguns anos, não mais que uma década, no Brasil. Trazia o fetiche de chegar a custar, no exterior, até US$ 200 o escalope. Popularizou conversas sobre bois criados em planície, sem esforços, suspensos, ouvindo música clássica e bebericando cerveja para que sua preciosa carne evitasse qualquer endurecimento muscular e pudesse exibir sua quase metafísica gordura marmorizada. Não demorou para a carne-fetiche se popularizar pelo Brasil. Agora, quem diria, já protagoniza harmbúrgueres na rede que inventou o conceito de fast-food no Ocidente.
Depois de testes nos mercados de São Paulo, Distrito Federal e outras cidades, as lojas do Mc Donald’s de Pernambuco já vendem os dois produtos premium da linha Angus. O Deluxe combina dois hambúrgueres, queijo tipo cheddar, cebola roxa, picles, tomate, alface crespa, mostarda e molho tipo maionese em pão adocicado. O Angus Bacon é composto também por dois discos de carne prensada, cheddar, cebola roxa, picles, bacon em tiras, mostarda e catchup.
Se a ideia é popularizar o produto de status gourmet, áurea elitária, o objetivo é alcançado. Robustos, suficientes para significar uma refeição mais que um lanche, cerca de 230 gramas só de carne, cada sanduíche custa R$ 14. Se no combo (com bebida e batata ou salada verde), R$ 20. Da raça escocesa Angus, os animais que dão origem à carne são criados no Sul do Brasil. Certificados pela Associação Brasileira de Angus.
A carne do Angus é glorificada pela existência de três a seis milímetros de gordura, não separada, mas entremeada na carne. Por sua aparência rajada, o que se chama de carne marmorizada. Se o gado comum possui a carne e sua gordura em duas dimensões, a Angus é totalmente 3D.
E é a distribuição um tanto prefeita da gordura que permite uma maciez incomum. Ao ser transformada pelo calor, a carne magra é lubrificada e temperada pelos lipídeos. Os hambúrgueres do McDonald’s permitem o contato com o sabor quase metafísico de um verdadeiro e monumetal bife de Angus? Claro que não. Até porque a carne ali está processada, versão industrial. Mas é inegável que o disco de carne destes sanduíches apresentam uma gradação e concentração de sabor alguns pontos além dos mais comuns. Sim, são ligeiramente mais suculentos – mesmo assados sem adição extra na gordura na chapa. E oferecem notas sápidas mais próximas do sabor umami e fumado que caracteriza a carne vermelha.
E isso não tem só a ver com a carne em si, mas com o temperinho especial que os hambúrgueres levam, logo antes de ir para o pão. Entre ingredientes como cebola desidratada, a mistura tem potencializadores de aroma e sabor “carne”.

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