verão

Em busca dos sapatos femininos ideais

Nem todos os modelos que saltam aos olhos por beleza fazem bem à coluna. Mas o uso esporádico é permito

Mariana Araújo
Cadastrado por
Mariana Araújo
Publicado em 25/01/2015 às 5:08
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Nem todos os modelos que saltam aos olhos por beleza fazem bem à coluna. Mas o uso esporádico é permito - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Leitura:

Scarpin, meia-pata, peep toe, anabela, sapatilha, rasteirinha... Muitas são as opções de sapatos que o mercado da moda oferece às mulheres. Mas será que todos eles são confortáveis e fazem bem à coluna? Nem todos. Aquele salto super alto para a festa pode, sim, ser usado, mas apenas em poucas ocasiões e não no cotidiano. Para o dia a dia, o ideal mesmo são as sapatilhas, rasteiras ou sapatos com saltos baixos e mais grossos. 

“Tudo com moderação pode ser usado. Não se pode apagar referências culturais da noite para o dia. O importante é que as mulheres saibam que o uso de certos calçados cotidianamente faz mal, mas se souber alternar, pode usar o calçado que quiser”, explica o coordenador do curso de pós-graduação em fisioterapia do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE), Leonardo Azevedo.

O scarpin, modelo que é peça-chave no guarda-roupa feminino, está entre os que devem ser usados com moderação. “O salto muito elevado vai provocar uma carga de peso muito grande na região do antepé, quando o normal é ser no calcanhar. Os saltos muito finos geram uma instabilidade e um risco de acidente muito alto”, alerta. 

Já os sapatos com saltos mais baixos e mais grossos são mais confortáveis. O uso constante de saltos pode levar a lesões nos músculos. “O salto gera encurtamento muscular nas mulheres, fazendo com que elas sintam desconforto quando ficam descalças ou usam uma rasteira. É um encurtamento na região de trás da panturrilha”, acrescenta.

Os chamados meia-pata são menos prejudiciais. “É uma boa alternativa, porque a base reduz a diferença entre a parte do calcanhar e a frente do pé, além minimizar o distanciamento do solo Isso vai oferecer mais conforto, e reduzir os riscos das dores na parte da frente do pé”, diz. As anabelas também são melhores. “A plataforma em toda a continuidade do calçado oferece mais conforto”, complementa.

Para passar o dia todo, o ideal mesmo são as sapatilhas, devido à ausência de salto. “Isso permite a postura normal, que favorece não apenas os pés, mas todo o corpo, principalmente a região lombar. Além do mais, são calçados flexíveis, que permitem a mobilidade natural das articulações”, explica. 

As sandálias rasteiras, que compõem muitos looks de verão, têm a vantagem de afastar o calor. “Elas oferecem uma boa largura na região anterior dos pés, que evita um mal posicionamento dos dedos, que é causa de dores e incômodos variados”, comenta Leonardo.

Mas não precisa sair jogando fora todos os seus saltos altos. Como falamos no início, aquela sandália fan-tás-ti-ca com 15 cm de salto agulha pode ser usada, mas com moderação. “Não faz mal nenhum. É um momento esporádico, o corpo suporta esse desconforto. O problema é se ela usar esse mesmo calçado oito horas por dia ao longo da vida dela. Isso, sim, é um empecilho”, conclui Leonardo.

O conforto é sempre pensado pelo designer de sapatos Jailson Marcos na hora de elaborar suas peças. As coleções de Jailson são repletas de rasteiras e a maioria dos saltos tem até 5 cm. Autodidata, ele busca inspiração nos ensinamentos do italiano Salvatore Ferragamo. “Outra coisa em que sempre penso é na palmilha. Nunca deixo o pé apertado. Mesmo quando o sapato é coberto, deixo o pé à vontade”, explica.

Últimas notícias