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Câncer de mama em cadelas é o alerta deste Outubro Rosa

Como em toda amizade, conhecer a outra parte é fundamental quando se quer ajudar. Qualquer mudança no comportamento, irritabilidade e, principalmente, surgimento de nódulos nas mamas precisam ser levados a sério

MARCOS OLIVEIRA
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MARCOS OLIVEIRA
Publicado em 18/10/2015 às 8:00
Foto: André Nery/ JC Imagem
Como em toda amizade, conhecer a outra parte é fundamental quando se quer ajudar. Qualquer mudança no comportamento, irritabilidade e, principalmente, surgimento de nódulos nas mamas precisam ser levados a sério - FOTO: Foto: André Nery/ JC Imagem
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Muita gente que ama os cães costuma falar que prefere eles aos humanos. É um amor recíproco, que dura mais até do que muitos casamentos, fazendo jus à máxima do “até que a morte os separe”. Mas é justamente para que essa relação não termine de maneira precoce que os tutores precisam ficar atentos. O câncer de mama, tão debatido neste Outubro Rosa, também costuma ser diagnosticado em cadelas e pode ser fatal, caso não seja descoberto logo.

Como em toda amizade, conhecer a outra parte é fundamental quando se quer ajudar. Qualquer mudança no comportamento, irritabilidade e, principalmente, surgimento de nódulos nas mamas precisam ser levados a sério. É o que explica a veterinária Tássia Pires.“O câncer de mama costuma ser mais frequente em cadelas idosas, mas é preciso um acompanhamento desde cedo, independente da raça”, explica ela. Para entender mais do assunto, a reportagem foi até o consultório de Tássia, no Hospital Veterinário Harmonia, e passou uma tarde conversando com a profissional, conheceu, inclusive, a rottweiler Hera, cuidada pelos veterinários do lugar. 

Com seis anos de idade, Hera mostrou tranquilidade durante todo o procedimento e até esperou com paciência, deitadinha na cama de exame, que Tássia terminasse de apresentar, em vídeo que está no site do JC, como é possível identificar em casa se a companheira canina está com algum nódulo.

A veterinária explica que a calma de Hera é devido ao costume e a confiança que ela tem com os profissionais do local, mas que em casa, mesmo o animal se sentindo incomodado num primeiro momento, é preciso que a pessoa siga os passos indicados.

A professora do Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE Márcia F. Pereira explica que o surgimento da doença está relacionado com a “produção de hormônios femininos, como o estrógeno e a progesterona”.

Estima-se que ocorra em aproximadamente 0,2 % das fêmeas. Parece pouco, mas cerca de metade é maligno, tendo maior probabilidade de se espalhar para outras partes do corpo. 

As especialistas pontuam que a prevenção mais efetiva pode ser feita através da castração antes do primeiro cio. Estudos indicam que quanto mais cedo a castração for feita menor chance de o problema se instalar. 

“Não usar anticoncepcionais é muito importante (‘injeções para não entrar no cio’), pois predispõe o aparecimento do tumor de mama. O uso desse tipo de medicamento é quase que uma condenação para o animal. Alguma anomalia será diagnosticada na vida adulta”, afirma Márcia. O mito de que o acasalamento interfere nessa questão precisa ser desfeito, já que o câncer não é influenciado por isso.

Mas, se você leu esta matéria, assistiu ao vídeo de Tássia no site do JC, fez o exame na sua cadela e notou algo de estranho, é importante se preocupar, mas não se desesperar. Nos casos em que for preciso uma intervenção cirúrgica, a medicina veterinária está bem avançada e até tumor maligno pode ser retirado com sucesso.

Pode parecer trabalhoso, principalmente se algo for diagnosticado, mas quem tem um pequeno ser deste entende bem o trecho do livro Marley & Eu, que compara o investimento financeiro durante a vida de um cachorro com a aquisição de um bem, como um iate: “Quantos iates ficam esperando junto à porta o dia inteiro até você voltar? Quantos vivem esperando a chance de subir no seu colo, lambendo o seu rosto?”. Quem ama entende, concorda e cuida. 

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